Além das 4 linhas – Futebol pobre

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Um futebol pobre é fruto de um país pobre que é fruto de um povo que não sabe fazer este país ser rico. Assim é o Brasil e seu futebol. Uma tristeza para todos nós.

Hoje estamos aqui a comemorar o fato de o SPFC estar na semi da libertadores, mas não sabemos o time completo que irá a campo no jogo mais importante dos últimos anos. Isso provoca muita ansiedade em todos nós, principalmente porque sabemos que um dos jogadores mais importantes poderá não estar em campo por uma única razão: O clube mais vitorioso da história do futebol mais vitorioso do mundo não pode pagar R$ 30 milhões por este jogador.

Assim como não sabemos se Maicon estará nos jogos da semi, também não sabemos se Kelvin e Mena estarão em campo em 2017 pelo mais querido, assim como o artilheiro do time, que sairá em breve. Estes 4 jogadores são das poucas novidades deste ano no time, também responsáveis pela virada do SPFC na atual temporada. Assim, podemos dizer: Como planejar uma empresa com tantas variantes? Nada menos do que 40% do time não tem garantia de sequencia do trabalho do bom treinador Argentino.

Na verdade os clubes brasileiros não escolhem seu elenco, eles apenas vão suprindo as baixas com aquilo que resta da fome dos clubes Europeus, Japoneses, Chineses e Norte Americanos. Na correria todos buscam peças de reposição e os colocam para jogar sob o comando de um treinador enlouquecido por tantas cobranças por resultados de um time montado às pressas e sem o poder de escolha. Dane-se a montagem do elenco para o esquema que o treinador prefere. O que vale é o resultado. Assim morreu mestre Telê e Muricy aposentou-se. Loucura.

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O futebol ficou caro e já não é mais um sonho possível nestes lados do mundo. Os clubes não possuem receitas compatíveis com suas despesas. O brasileiro não consegue fazer do seu time do coração uma empresa viável se esta empresa quiser ser competitiva. Nós não podemos pagar ingressos com valor de mercado, não podemos pagar pelas camisas oficiais, não podemos pagar pelas assinaturas dos canais da TV que transmitem todos os jogos e assim os clubes mínguam.

Faz alguns dias que participei de uma conversa “on line” sobre os ingressos para os jogos finais da Libertadores. Uma parte importante das pessoas reclamava do aumento no preço deles. Alguns até de forma agressiva. Eu defendi um forte aumento a cada fase da competição.

Tenho certeza que se o preço fosse o dobro o estádio também estaria lotado. Será que isso ajudaria ao clube a manter seus melhores jogadores?

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes

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Carlito é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

1 COMENTÁRIO

  1. Realmente nosso futebol não tem chances de concorrer com o Europeu e dificilmente terá, porém se algumas atitudes fossem tomadas teríamos um campeonato muito mais atrativo para atletas do mundo todo. O campeonato Brasileiro é bem disputado, temos vários clubes com chance de brigar pelo título e isso é um atrativo comercial imenso. Penso que algumas atitudes poderiam mudar nosso rumo no mundo da bola, por exemplo uma adequação do calendário sul-americano com o Europeu, criação de uma Liga formada por empresa privada para explorar o campeonato com metas e direitos assegurados aos clubes, tirando a CBF/Rede Globo do comando traria um grande benefício à qualidade da nossa competição.
    Quanto ao valor dos ingressos creio que ficar aumentando toda hora gera uma “batalha” entre clube e torcida que não leva a lugar nenhum, teremos estádio lotado apenas em jogos decisivos e passaremos o resto da temporada tendo um público pequeno. O clube deve atrair o torcedor e não afugenta-lo.