Na Segunda Jamais – São necessárias mudanças  

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Entre 1984 e 1990 o SPFC vivia uma fase “boa”. Com o Campeonato Brasileiro de 86 como principal título, o clube figurava entre os grandes brasileiros, porém nada que tornasse o SPFC a principal potência do país.

Os presidentes nessa época eram os velhos conhecidos Carlos Miguel Aidar (84 a 88) e Juvenal Juvêncio (88 a 90). Juvenal já quase havia perdido a eleição em 88 para a oposição, porém em 90, não teve jeito. José Eduardo Mesquita Pimenta vence a eleição e o resto da história…

Para “mostrar serviço”, o recém-eleito presidente da oposição, Pimenta, renegociou os contratos de patrocínio do SPFC. Porém, o ponto alto de sua trajetória como presidente, foi claramente a contratação do maior técnico de toda nossa história, Telê Santana. Com Telê, o São Paulo se transformou na maior força do Brasil. O clube ganhou tudo. Paulista, Brasileiro, 2 Libertadores e 2 Mundiais. A troca de poder entre a situação e a oposição foi muito vantajosa ao time. Basta vermos outro exemplo.

O ano agora é 2002 e o SPFC não disputava uma Libertadores desde o vice-campeonato em 94. Paulo Amaral tentava a reeleição contra Marcelo Portugal Gouveia. MPG vence a eleição, e de novo, o SPFC entra em uma de suas fases mais vitoriosas.

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Tri da América, Tri do Mundo, MPG entrega o poder a JJ em 2006, e a supremacia continua. De 2006 a 2008 o SPFC foi “Soberano” em terras tupiniquins. Sob o comando do grande Muricy Ramalho, o Tricolor engolia todos os rivais nos pontos corridos. Talvez o tri-hexa teria virado “tetra-hepta” se não fosse a incoerente demissão de Muricy.

Como um técnico tricampeão brasileiro em sequência pode ser demitido? Mas o mundo é justo, e em 2011 Muricy pôde ser campeão da Libertadores, e o SPFC amargando mais um ano sem libertadores.

A tal da “Soberania” foi caindo por terra. O São Paulo estava novamente entrando em uma sequência de fracassos. Ainda que, em 2012, o garoto Lucas tenha nos dado um título, a permanência da situação no poder, desde 2002 é lesiva ao clube.  MPG, JJ, Aidar, Leco… Todos da mesma chapa, todos da mesma situação.

E em 2017 o SPFC teve a chance de mudar isso. Concordo que o nome para mudar isso, não era dos mais agradáveis… A oposição tinha novamente a chance de ganhar uma eleição com Pimenta, aquele mesmo de 1990. Porém como um bom político que é, Leco usou bem do fervor da torcida. Contratou um dos maiores ídolos da história do clube, se não o maior, para ser técnico. Trouxe um atacante de seleção e foi reeleito. É evidente que foram manobras populistas. O presidente se esconde atrás do técnico, não dá coletivas com o time em DÉCIMO SEXTO LUGAR no campeonato brasileiro.

Honestamente, a mudança de gestão é sempre muito favorável ao clube. Obviamente, não é regra, porém mantermos a mesma chapa durante décadas é extremamente nocivo ao clube.

Dei 2 exemplos que comprovam que a alternância entre situação e oposição foram extremamente vantajosas ao SPFC. Mas são necessárias novas pessoas, novas ideias. A bipolaridade no poder é clara. Chega de PT ou PSDB. São necessárias mudanças e na maior velocidade possível. A história do São Paulo não pode ser manchada pela ineficácia de seus presidentes. O SPFC é MUITO maior que qualquer um que já tenha passado por aqui.

Salvem o Tricolor Paulista.

Eduardo Achar Filho é estudante de medicina pela Santa Casa, são paulino de berço, acompanha o tricolor desde o título do Rio-SP. Qualquer dúvida ou sugestão, envie um email para [email protected]

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