Memórias Tricolor #38 – O descobridor do Rei

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Um fato incontestável quando torcedores de qualquer time discutem é quem foi o Maior Jogador de futebol do Mundo, e para essa questão não há discussão, Pelé reina, todos reconhecem. Foi o Maior Jogador de futebol do Mundo, mas como essa história está ligada ao São Paulo?
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Waldemar de Brito nasceu em São Paulo em 17 de maio de 1913, iniciou sua carreira em 1927 aos 14 anos jogando pelo Syrio a época em que o futebol era feito por clubes amadores e não existia o profissionalismo, em 1928 jogou no Independência, mas retornou ao Syrio no ano seguinte para ficar até 1932. Em 1933 foi jogar no mais novo clube da cidade, o São Paulo da Floresta, e deu início a uma grande fase se consagrando artilheiro do Campeonato Paulista de 1933, na equipe vice-campeã, com 21 gols, jogou também durante o ano de 1934, mas logo se transferiu para o futebol carioca indo defender o Botafogo do Rio de Janeiro.

Em seguida foi para o San Lorenzo da Argentina onde jogou em 1935, 1936, 1939 e 1940. Entre 37 e 39 retornou ao Rio para jogar no Flamengo. Em 1941 e 1942 jogou muito pelo São Paulo Futebol Clube e se consagrou como o artilheiro de outrora marcando 29 gols em 35 jogos. Em suas duas passagens possui média de 1,06 gols por partida, realmente Waldemar era artilheiro. Em 1943 não foi muito aproveitado pelo técnico Joreca e do banco de reservas foi Campeão Paulista. Se transferindo em seguida para Portuguesa, Palmeiras e por fim em 1946 para a Portuguesa Santista onde pendurou as chuteiras.

Pela Seleção Brasileira disputou a Copa do Mundo de 1934 a revelia do São Paulo que não concordava por não ser filiado a CBD. Pela Seleção disputou 17 partidas e marcou 20 gols, uma excelente marca.

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Um fato importante para a época é que o número de partidas não eram tão altos como os de hoje, portanto, tornam os números de gols marcados por Waldemar uma grande marca. Em 1933 contra o Vasco da Gama pelo Torneio Rio-São Paulo o placar foi 5 a 1 para o São Paulo, sendo 5 gols de Waldemar, logo depois em partida vencida contra o América por 7 a 4, outros incríveis 5 gols, além de alcançar cinco hat-tricks (três gols em um mesmo jogo). Waldemar era um artilheiro incrível

Mas o que mais marcaria esse craque em sua trajetória estava por vir, entre os anos de 1950 e 1955, Waldemar foi assistente técnico no Bauru Atlético Clube, e foi em Bauru que viu um jovem fransino começar a desfilar sua arte e encantar quem o assistia, seu apelido Dico.

Em 1954 foi dirigir o time juvenil do Bauru, chamado de Baquinho, e tinha como obrigação formar a equipe de jovens garotos, em um dos jogos Dico marcou sete dos 12 gols da vitória sobre o juvenil do Flamengo por 12 a 1. Dico era o apelido do jovem Edson Arantes do Nascimento o Maior Jogador de Futebol, o Rei Pelé.

Waldemar de Brito viu muito futuro no atleta e em 1956 levou o jovem Pelé para Santos, após dobrar a mãe do futuro craque dona Celeste, em 8 de agosto apresentou o jogador na Vila Belmiro e profetizou ao presidente do Santos Athiê Jorge Cury: “Vai ser o maior do mundo”. Waldemar estava certo.

Em 21 de fevereiro de 1979, Waldemar faleceu em São Paulo, um artilheiro implacável, Goleador Tricolor e descobridor do Maior Jogador de Futebol do Mundo que figura em nossa galeria de grandes craques

Gustavo Flemming, 40 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.

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