Opinião Tricolor – A salvação não teve dono

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Salve nação tricolor!

Tricolor virtualmente livre do rebaixamento, fazendo valer a máxima de que a camisa vermelha, branca e preta, é uma das mais fortes em mística e tradição, na primeira divisão. Ponto.

Porém, a realidade não é para aplausos. O momento de mais uma temporada (a oitava em títulos de grande relevância, salvo a Sulamericana 2012) de fracassos é para reflexão.

2016 foi de grande apreensão e descontentamento, repetindo campanhas medíocres dos últimos anos.

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Planejamento falho (em certos momentos, nulo) ações diretivas de desespero e correção de rumo, em todo tempo. Ao final, não existem salvadores da pátria, que fique bem claro. O ano que teve Ataíde com Gustavo, Luiz Cunha, Médicis e Jacobson e por fim, Marco Aurélio Cunha, prova que Leco esteve perdido durante os campeonatos. 4 comandos no futebol, em uma mesma temporada, é absolutamente surreal e inconcebível, em termos de meritocracia.

Na última mudança, há cerca de 2 meses, MAC assumiu com o São Paulo na décima quarta colocação. Faltando 3 rodadas, o time ocupa o décimo terceiro lugar. Não houve evolução tática ou técnica. O Tricolor estagnou e viveu raros bons momentos. Foi capaz de golear um clássico e perder do lanterna rebaixado. O alívio veio da esperança da base e da força da torcida.

A maioria significativa da torcida não concordou com as permanências de Ricardo Gomes (bancado para 2017) e Michel Bastos. Exposição com outro técnico na mídia, recado em rede social para outro atleta, também não caíram bem. O momento era de fechar a casinha, sem holofotes. De ouvir mais o torcedor sem arrogância, da diretoria ser mais receptiva, sem poder ser contrariada. Ainda bem que a camisa falou mais alto, mais uma vez. Sim, um vestiário melhor também ajudou.

Mas o São Paulo não pode viver mais de anos “salvos”. O protagonismo precisa voltar e a aprovação do novo estatuto (ocorrida no Conselho, dependendo da Assembléia Geral) é um promissor caminho.

Ocorre que, para tanto, conceitos instituídos precisam ser derrubados:

  • O SPFC não tem donos;
  • A mentalidade de “Soberano” precisa findar;
  • Não basta aprovar o estatuto, é preciso comprometimento com ele, na nova gestão 2017;
  • O poder, pelo poder, a dança das cadeiras, precisa acabar;
  • Por fim, o Tricolor precisa definir uma política de marca e conceitos no futebol, para ser implantado em todos os setores do clube. Ou seja, quem chegar no time, vai encontrar uma forma de jogar futebol, da base ao profissional. Uma filosofia é fundamental ao São Paulo.
Faltam apenas 3 partidas no ano, mas o Tricolor já se despediu do Morumbi. Dois jogos fora e a última partida, no Pacaembu, findarão um ano pra ser esquecido pelos resultados, mas relembrado como aprendizado.
Se é que, realmente, os mandatários querem aprender algo, com humildade…
 
Saudações Tricolores!

Carlos PortCarlos Port, idealizador do projeto Opinião Tricolor. Dois bacharelados na profissão de administrador, especialização em comunicação, neto e filho de são-paulinos, paulistano, patriota. No Twitter: @carlosport

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.