De volta do Uruguai, olheiro de Muricy imagina rival “fechadíssimo”

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Fonte: Gazeta Esportiva – Tossiro Neto

O estudo do São Paulo sobre o Danubio, adversário desta quarta-feira, não se resumiu à exigência de Muricy Ramalho para que os jogadores assistissem à estreia dos uruguaios na Copa Libertadores, em derrota de virada para o San Lorenzo, campeão da edição passada do torneio. O treinador também enviou a Montevidéu um observador, que retornou de lá certo de que a equipe de menor expressão do grupo apostará em uma tática defensiva ao extremo no Morumbi.

“Como é típico no futebol uruguaio, é um time de pegada, muito forte fisicamente. O estilo de jogo do futebol uruguaio é muito agressivo. Esse jogo teve momentos de muita agressão, de chegada dura, forte. Com certeza, eles devem vir fechadíssimos. Mesmo lá no Uruguai, contra o San Lorenzo, eles também exploraram contra-ataques. É um time que joga com duas linhas de quatro, sai forte com toque de bola, chega forte”, diz o ex-jogador Marcos Vizolli, funcionário das divisões de base do clube e que, desde 2013, é chamado para ajudar o profissional.

De fato, a quantidade de faltas foi muito superior à vista em Itaquera, onde o São Paulo foi derrotado por 2 a 0 pelo Corinthians. Quase o dobro: 52 faltas em Montevidéu, na quinta-feira, contra 27 no clássico paulista, disputado na noite anterior.

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Ao menos dois fatores explicam o revés por 2 a 1 (com dois gols nos minutos finais da segunda etapa, depois de o Danubio ter aberto o placar aos dez minutos do primeiro tempo), na análise de Vizzoli: a superioridade técnica do último campeão da Libertadores e a falta de experiência do time uruguaio, que se recuou demais quando estava em vantagem e tem jogadores com idade média relativamente baixa. Matías Castro, autor do chorado gol uruguaio – o atacante balançou a rede em uma disputa contra três marcadores, dentro da área -, tem 23 anos.

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Mesmo não sendo tão forte, Matías Castro inspira preocupação; camisa 19 fez único gol do Danubio na estreia

“Eles tentam compensar na vontade. Por isso é que foi um jogo difícil para o San Lorenzo. O camisa 19, o Castro, é um cara de referência. Ele não parece ser forte, mas está sempre brigando”, destacou o olheiro são-paulino. “Além disso, dois jogadores puxam um contra-ataque forte: o (Marcelo) Tabárez e o (Bruno) Fornaroli. Outro que merece respeito, embora não seja dinâmico, não esteja participando sempre, é o Ignacio González. Ele é um camisa 10 que não é forte fisicamente, parece até meio baixinho e gordinho, mas carrega bem a bola. Começou como segundo volante e terminou como atacante pelo lado direito”.

As observações de Vizzoli em Montevidéu foram repassadas a Muricy ainda no final de semana, antes da goleada sobre o Audax, pelo Campeonato Paulista. Porém, como a preocupação do treinador era armar o São Paulo para o compromisso no Campeonato Paulista – até porque precisava de uma vitória, depois do duro tropeço na estreia da Libertadores -, o encarregado de anotar os detalhes foi Tata, seu assistente e braço-direito, que ouviu recomendação para não desprezar o potencial do Danubio. Embora dispute a competição sul-americana apenas pela sétima vez na história, trata-se do último campeão uruguaio.

“Não vai ser um jogo fácil, não. Tem se comentado que o Danubio será o quarto colocado da chave, mas não dá para menosprezar. Tem que ficar ligado, porque é time uruguaio. Jogar contra time uruguaio é sempre difícil”, advertiu o espião. O horário para a previsão ser provar, nesta quarta-feira, é 22 horas (de Brasília).