São Paulo vai procurar estrangeiro se Muricy deixar o cargo

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Guilherme Palenzuela
Do UOL, em São Paulo

Muricy Ramalho cabisbaixo no jogo do São Paulo contra o Linense pela 13ª rodada do Paulista Danilo Verpa/Folhapress

O vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, não pensa em demitir o técnico Muricy Ramalho. Há na diretoria, porém, como já dito publicamente pelo treinador, quem não confie mais em seu trabalho. Mas mesmo com o respaldo do chefe imediato, a cúpula são-paulina pensa que, dependendo dos próximos resultados, o técnico poderá pedir demissão. O pensamento, se isso acontecer, é procurar um treinador estrangeiro.

O São Paulo não vê no mercado nenhum técnico brasileiro – dentro ou fora do país – que satisfaça as expectativas. Pensam que o próprio Muricy Ramalho está entre os melhores e não veem outro compatriota disponível no topo da lista de treinadores caso tenham que contratar um para o cargo nas próximas semanas. O perfil desejado é de um treinador estrangeiro, não necessariamente sul-americano, que conheça o cenário do futebol brasileiro e que domine o idioma português ou o espanhol.

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A diretoria são-paulina admite que pode não haver resultado imediato ao se contratar um técnico que nunca trabalhou no Brasil. Teme que o período de ambientação possa destruir um início de trabalho como aconteceu no rival Palmeiras, em 2014, com o argentino Ricardo Gareca – contratado no meio da temporada, ele teve péssimo início de trabalho e deixou o clube em pouco tempo. Mesmo assim, a avaliação é que seria melhor correr esse risco do que recorrer ao mercado brasileiro.

O São Paulo olha para o mercado argentino, que nos últimos anos tem revelado alguns dos melhores treinadores do mundo, como Diego Simeone, Tata Martino, Mauricio Pocchetino e Jorge Sampaoli – este último é adorado pela diretoria tricolor, mas aparece como alvo quase impossível por ter contrato com a seleção chilena até a Copa do Mundo de 2018, com a qual, nos próximos meses, disputará em casa a Copa América. Entre os mais jovens, ainda estão Diego Cocca, do Racing, Guillermo Barros Schelotto, do Lanús, Marcelo Gallardo, do River, e Rodolfo Arruabarrena, do Boca.

Mas não são só os argentinos que interessam. Outro que já encantou a diretoria do São Paulo é o uruguaio Diego Aguirre, vice-campeão da Copa Libertadores de 2011, pelo Peñarol (URU), contra o próprio Santos de Muricy. Aguirre atualmente treina o Internacional e vive momento de pressão interna.

A diretoria tricolor não se fecha a sul-americanos. Estrangeiro que domine o português também pode ter nascido em Portugal. A possibilidade não está descartada. Em 2012, depois da demissão de Emerson Leão, o São Paulo – ainda na gestão Juvenal Juvêncio – negociou com o português André Villas-Boas, que à época tinha feito trabalho espetacular no Porto e tinha acabado de deixar o Chelsea (ING). Hoje, após trabalho inconsistente no Tottenham (ING), é treinador do Zenit (RUS).

Nesta terça-feira o São Paulo embarca pela manhã para a Argentina, onde na quarta-feira enfrenta o San Lorenzo. Uma derrota pode complicar a classificação da equipe às oitavas de final.