Postura de Ceni na queda de Muricy desagradou no São Paulo

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LANCENET – Bruno Grossi e Marcio Porto 

Muricy e Rogerio Ceni - São Paulo (Foto: Miguel Schincariol/ LANCE!Press)

Além da saúde, outras questões culminaram na saída de Muricy Ramalho e uma das justificativas encontradas no clube para o mau futebol sob o comando do técnico passa pela relação com os jogadores. Pessoas que acompanham o dia a dia do São Paulo relatam insatisfações com o trabalho do técnico, inclusive por parte de Rogério Ceni.

O capitão e maior líder do elenco há tempos via problemas nas atividades aplicadas durante a semana, relatam pessoas próximas tanto do goleiro quanto do treinador.

Muricy teria dificuldade em organizar os treinamentos, deixando a tarefa praticamente para o dia das atividades. A falta de soluções táticas também incomodavam não só Ceni como outros do elenco.

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De acordo com os mesmos relatos, a insatisfação de Ceni, porém, não interferia na relação de amizade mantida com Muricy. O goleiro sempre externou respeito pelo treinador e sua história no São Paulo. Mas estava desanimado ao ver o time sem conseguir reagir a cada jogo.

Quem defende Muricy diz que faltou mais parceria do goleiro, por duas razões. A primeira é que, sendo um líder, Ceni poderia ter ajudado a aliviar a pressão sobre o técnico, alegam. O segundo argumento é de que o estilo visto como ultrapassado do técnico nunca foi novidade.

O próprio Muricy sempre admitiu que seu modo de pensar futebol pouco mudara desde sua passagem anterior, quando sagrou-se tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008, no time liderado por Rogério Ceni.

Publicamente, Ceni nunca externou qualquer insatisfação com o trabalho de Muricy, mas segundo as pessoas ouvidas pela reportagem, deu de ombros em meio à crise.

De fato, nas declarações após os jogos, Ceni fazia análises realistas e alertava para a necessidade de melhora. Optou por postura mais neutra quando o trabalho do técnico motivou uma reunião com a diretoria, após a derrota de 3 a 0 para o Palmeiras, no Allianz Parque.

Após o jogo seguinte, vitória contra o Linense, por 3 a 0, no Morumbi, o goleiro foi perguntado de sua participação no encontro.

– Como capitão fui à reunião, mas a decisão é muito deles (dirigentes) com o Muricy. Ele se sente competente para dirigir o time, e a diretoria acredita que tem o técnico que pode conduzir o São Paulo à vitórias – afirmou Rogério Ceni.

Na sexta-feira após o Choque-Rei, dia seguinte à reunião em que Muricy colocou o cargo à disposição, Ceni foi consultado pelo clube para conceder entrevista no lugar do técnico, mas se recusou.

CENI NA CHEGADA DE MURICY EM 2013

“O Telê (Santana) morreu. O Paulo (Autuori) nós matamos em dois meses. Sobrou o Muricy. Se não cuidar dele, quem será o próximo?”
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18 COMENTÁRIOS

  1. Apesar de crer que falta passar o rodo e limpar as sujeiras do elenco, e são umas 5 ou 6 que parecem que nem com ácido sulfúrico são tiradas, inclusive o Ceni que já tá começando a fazer com que sua saída seja ovacionada pouco pela carreira e mais por “liberar a moita”.

    Sobre a famigerada matéria, penso que a montagem de um time vem do técnico, o poder de escalar vem do técnico, a visão tática, criação de jogadas, alterações táticas durante o jogo, vem do técnico. O Muricy não conseguia e talvez nem consegue mais fazer qualquer dessas coisas…então se o Ceni não quis se intrometer na burrice do Burricy, acho que fez até certo.

  2. Matéria tendenciosa de jornalista fraco. Queriam que ele fizesse o quê?

    1. Como apoiar o Muricy, se o time está um lixo, sem criatividade, sem padrão tático, sem vontade, sem comando?

    2. Como apoiar sua demissão, sendo Muricy o seu amigo pessoal?

    Ele só preferiu preservar o time e e a amizade, e deixou A DIRETORIA FAZER O SEU PRÓPRIO PAPEL.

  3. O S. Paulo para voltar a ser grande precisa de renovação total. Esta é a opurtunidade . S. Paulo sem o anta sem o goleiro velho frangueiro e sem o pipoqueiro é o começo para renovar tudo. Contratem logo o Cuca ou o Luxa e demintam o Cruz credo. Este é o começo.

  4. No meu ponto de vista o Rogério teve uma posição determinante para a queda do Muricy apos, a reunião da semana passada, ele deu uma entrevista muito frio, me lembrou muito quando ele derrubou o Nei Franco.
    Ele continua sendo um dos maiores jogadores do São Paulo, dentro de campo, fora dele ele esta demonstrando ser um politico, do tipo que atua em Brasilia.

    • Não foi bem isso. O Muricy e Rogério são amigos. Houve um conflito porque pessoalmente o Rogério gosta demais do Muricy, mas profissionalmente o técnico estava devendo demais, tanto nos treinamentos, quanto na tática, etc. Então, para não apoiar o amigo e prejudicar o clube e nem para apoiar o clube e perder o amigo, o Rogério preferiu se abster de um posicionamento.

      No caso do Ney Franco foi bem diferente, tendo em vista que existia uma inimizade explícita entre os dois.