Ceni: pai torce por renovação, mas diretoria se mostra dividida

Rogério Ceni: futuro indefinido
(Foto: Renato S. Cerqueira/FUTURA PRESS)

O contrato de Rogério Ceni com o São Paulo vai até o dia 6 de agosto, mas não está totalmente descartada a ideia de uma renovação até dezembro.

A questão divide opiniões na diretoria do Tricolor e gera cautela para não “aposentá-lo antes da hora”, divulgando ações de despedida sem antes haver uma definição.

A princípio, o presidente Carlos Miguel Aidar não pensa em prorrogar o vínculo, mas outros dirigentes são favoráveis à permanência do goleiro no grupo.

A crise financeira do clube pesa contra a continuidade. Com atraso nos direitos de imagemdo elenco, o São Paulo busca economia e o salário do ídolo está entre os mais altos.

Por outro lado, a boa fase do goleiro (defendeu dois pênaltis nas oitavas de final da Taça Libertadores contra o Cruzeiro e salvou o time de uma goleada diante da Ponte Preta, no Brasileiro), a identificação do “M1to” com a torcida e o aspecto político envolvido na aposentadoria são argumentos usados a seu favor.

Nesse contexto, o pai do jogador de 42 anos, Eurydes Ceni, torce pelo “fico” do filho.

– Vai pesar muito o comportamento do time durante o Brasileiro. Talvez, se estiver bem colocado, com chance de ganhar, talvez… Não sei, pode ser que o São Paulo esteja pensando em outro goleiro. Como pai, gostaria que ele continuasse, mas não sei, ele tem de saber. Particularmente, acho que tem condição de jogar até o fim do ano em bom nível. Vai depender só do São Paulo – disse o pai de Ceni, em entrevista à “Rádio Globo”.

– Tenho certeza que ele não vai pedir para renovar o contrato. Não tenho como fazer um pedido para o presidente renovar. Eles mesmos podem resolver isso, pelo tempo que o Rogério está lá. Não sei qual a situação financeira do São Paulo. Acho que o Rogério ficaria chateado se eu pedisse para o presidente renovar – completou.

Em meio à indefinição, o Tricolor estuda homenagens para Ceni, mas não faz divulgação. Uma das ideias é o lançamento de um relógio exclusivo, com edição limitada ao número de jogos do ídolo pelo São Paulo. Atualmente são 1211 partidas e seriam 1225 no fim, caso o goleiro jogue os 14 confrontos restantes até 6 de agosto. Outro pensamento é fazer um mosaico especial em toda a arquibancada do Morumbi para celebrar o ídolo.

A cautela sobre o adeus de Ceni é para não repetir os erros cometidos em 2014. Na ocasião, a Penalty, fornecedora de material esportivo substituída pela Under Armour, cometeu gafe aoanunciar a aposentadoria do atleta com o lançamento de um novo uniforme. Em dúvida sobre o futuro do capitão, o clube planejava um evento festivo e publicou textos sobre o provável adeus, posteriormente não confirmado.

Uma das ideias colocadas em prática pelo marketing será o evento para torcedores jogarem ao lado de Rogério Ceni no Morumbi, no dia 26 de junho. Por quase R$ 5 mil cada, são-paulinos esgotaram rapidamente as vagas. O sucesso da ação faz o clube pensar em outras formas de conseguir receitas com o adeus do ídolo.

Por isso, é possível que ainda nessa semana haja uma conversa de representantes do marketing com Rogério Ceni, no CT da Barra Funda, para ouvir o desejo do goleiro, definir a situação e pensar em novas ações de despedida.