Presidente do Conselho barra votação de comissão de R$ 18,3 mi no Tricolor

44

GloboEsporte.com – Marcelo Hazan e Marcelo Prado

Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, diretor do São Paulo (Foto: Site Oficial / saopaulofc.net)Carlos Augusto de Barros e Silva é presidente do Conselho (Foto: Site Oficial / saopaulofc.net)

O presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, barrou a votação do pagamento de uma comissão de R$ 18,3 milhões para a empresa intermediária no acordo com a Under Armour, nova fornecedora de material esportivo, na reunião da última terça-feira à noite, no Morumbi. Antes do encontro, a questão dividia opiniões entre situação e oposição.

Leco alegou falta de documentos e desconfiança generalizada do órgão para tomar essa decisão. Agora, um grupo será criado especialmente para colher mais informações sobre o contrato entre Tricolor e a Far East Global, intermediária com sede em Hong Kong.

– Votamos os outros contratos e foram aprovados, inclusive o da Under Armour. Não foi votado o acordo com a Far East. Declarei que não estava devidamente aparelhado e documentado e retirei. Contra a vontade de muita gente, especialmente do presidente (Carlos Miguel Aidar, presente na reunião e que se recusou a dar entrevistas antes do encontro), mas retirei porque não havia condições de votar – afirmou Leco.

Publicidade

– Agora eles precisam ver o que vão fazer. Não sabemos quem é a empresa do outro lado, a assinatura é um rabisco ilegível. Não há identificação. É uma empresa em Hong Kong. Tem toda cara de ser uma offshore, um paraíso fiscal. Não sou eu (que estou desconfiando), há uma desconfiança generalizada – completou o presidente do Conselho.

Antes da reunião, o vice-presidente de marketing do São Paulo, Douglas Schwartzmann, defendeu o pagamento como normal, dizendo que o repasse de 15% ao intermediário é praxe. Ele identificou o agente responsável por trazer o acordo ao clube como “Jack” (americano).

Por outro lado, o conselheiro José Francisco Manssur, um dos representantes da oposição, questionou os serviços da empresa para receber uma comissão desse montante, dizendo que precisaria “trabalhar por cinco gerações” para ganhar o mesmo valor.

Segundo Leco, os demais contratos de patrocínio acertados com Gatorade (expõe a marca nas mídias sociais por R$ 2 milhões anuais), Copa Airlines (publicidade no estádio e em outras áreas por R$ 4 milhões) e a própria Under Armour foram aprovados.