Em um mês, Osorio vê Tricolor entrar em pane dentro e fora de campo.

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GloboEsporte.com

Por Marcelo Prado

 

Quatro jogadores foram negociados, ninguém foi contratado e atrasos financeiros complicam a situação da equipe, que perdeu dois jogos e caiu na tabela do Brasileirão.

 

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Juan Carlos Osorio São Paulo (Foto: Site oficial do SPFC)
Juan Carlos Osorio encara mudanças no São Paulo (Foto: Site oficial do SPFC)

Dia 1º de junho de 2015. Juan Carlos Osorio é apresentado no CT da Barra Funda como novo técnico do São Paulo. O treinador acreditava ter nas mãos um grupo capaz de brigar pelo título do Brasileirão. Fora das quatro linhas, a diretoria minimizava o atraso no pagamento dos direitos de imagem, que era tratado como algo prestes a ser resolvido. Em um mês, muita coisa mudou para o treinador colombiano. E claramente para pior.

Quando assumiu o cargo, Osorio diz ter sido avisado pela diretoria de que um atleta seria negociado. A realidade, no entanto, é bem diferente. Em um mês, o treinador perdeu quatro peças (Denilson, Paulo Miranda, Rodrigo Caio e Souza). A equipe ainda tenta segurar Dória, cujo contrato de empréstimo chegou ao fim, e pode ficar sem Pato, que está na mira do Lazio,

O treinador, em sua última coletiva, deixou clara a insatisfação.

– Uma coisa que acho importante e vou falar em castelhano para ficar claro. Não falo que mentiram para mim. Mas tampouco me falaram da situação econômica tão delicada do clube. Eu não sabia. É diferente. Não me enganaram, mas também não me disseram. Agora entendo melhor. Mas não pensava que o problema econômico era tão grande e que tínhamos de perder três jogadores ao mesmo tempo. Eu entendia um, mas três é muito difícil. Eu expliquei bem? Estou feliz de estar aqui e continuo motivado. Mas tenho de responder a vocês e aos torcedores, falar com clareza – afirmou o treinador que, naquela altura, ainda contava com Souza.

Em negociação com o Fenerbahçe, Souza está fora do São Paulo

As dificuldades complicam o dia a dia do gringo. Em alguns treinos, goleiros jogaram improvisados na linha. Contra o Atlético-PR, Osorio não tinha um primeiro volante de origem para escalar, já que Hudson, o único do elenco, estava suspenso. Para ter um zagueiro no banco de reservas, o treinador foi obrigado a relacionar o garoto Lyanco, do time sub-20, que treinava entre os profissionais havia uma semana e entrou durante a partida.

Pior: com a grave crise financeira, a diretoria já avisou que reforços não serão contratados. O São Paulo deve três meses de direitos de imagem aos jogadores e, no dia 10, completará o quarto mês. Só para arrumar essas pendências, o clube precisa desembolsar R$ 11,2 milhões. As vendas de Denilson e Paulo Miranda renderão ao clube a quantia de R$ 13,8 milhões. Só que esse valor não será pago à vista, o que dificulta a vida no clube para arrumar a casa.

A solução dos problemas atenderia pelo nome de Rodrigo Caio. Só que a transferência do meio-campista se tornou um grande incógnita. Ele estava vendido ao Valencia por R$ 44 milhões, mas o clube espanhol quis mudar os termos do negócio acertado. Além disso, o jogador entrou em desacordo com seus empresários sobre o pagamento de luvas e salários.

Na segunda-feira, o Valencia anunciou que havia desistido do jogador. Na terça, ele iniciou negociações com o Atlético de Madrid, que deverá ser o seu próximo clube. Só que ninguém sabe os termos do negócio. Há quem diga que, em vez de ser vendido, ele atuaria por empréstimo de um ano, com valores fixados para uma futura transferência.

No meio de todo esse furacão, está Juan Carlos Osorio, que ainda se adapta ao futebol brasileiro e, em um mês, já tem um terremoto dentro do clube para administrar.