Pontaria e posicionamento da defesa: lições do São Paulo para o Majestoso.

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Melhorar eficiência nas finalizações, além de corrigir a cobertura dos zagueiros e o funcionamento do esquema 3-5-2 são as tarefas do técnico Osorio até o próximo dia 9.

O técnico Juan Carlos Osorio, do São Paulo, tem algo raro na rotina do futebol brasileiro: tempo. Os 10 dias entre a derrota por 3 a 1 para o Atlético-MG, quarta-feira, no Mineirão, e o clássico com o Corinthians, no outro domingo (9 de agosto), no Morumbi, vão lhe permitir treinar para corrigir erros. As principais “lições de casa” até o Majestoso são: melhorar a pontaria no ataque, acertar a cobertura entre zagueiros e volantes, e fazer o esquema 3-5-2 dar certo.

As chances claras de gol desperdiçadas no primeiro tempo diante do Galo contrastaram com a eficiência do centroavante Lucas Pratto, autor dos três gols mineiros – Pato descontou depois para o São Paulo. Osorio sabe que não poderá repetir esse vacilo frente ao Corinthians, dono da melhor defesa do Brasileiro, com apenas nove gols sofridos em 16 jogos. Por isso, as finalizações foram trabalhadas na sexta-feira e seguirão na pauta dos treinos até o Majestoso.

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Juan Carlos Osorio São Paulo (Foto: Site oficial do SPFC)
Juan Carlos Osorio tenta ajustar time do São Paulo para o clássico (Foto: Site oficial do SPFC)

Nesse sentido, aliás, o colombiano terá mais dificuldades por conta do desfalque de Pato, artilheiro do time no Brasileiro com sete gols. Emprestado pelo rival, ele não pode entrar em campo no clássico por conta de uma cláusula, “injusta” na visão de Osorio. Luis Fabiano, punido com dois jogos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), também está fora – o Tricolor poderá tenta um efeito suspensivo.

As opções são Wilder Guisao, colombiano recém-contratado, Centurión e João Paulo – Thiago Mendes, suspenso com três amarelos, também está fora, e pode ser substituído por Bruno, em recuperação de entorse no tornozelo esquerdo.

– Trabalharemos em todos aspectos, mas fundamental é treinar a transição de defesa para o ataque. Temos jogadores muito rápidos. Alexandre (Pato), Ricardo (Centurión), Wilder (Guisao)… e precisamos finalizar melhor nossas oportunidades. No jogo contra o Atlético-MG, nos primeiros 20 minutos tivemos três chances de abrir o placar, mudar o jogo e controlar melhor – afirmou Osorio.

Outro ajuste importante é na defesa. Osorio deixou claro ser adepto do esquema 3-5-2, sistema com o qual Muricy Ramalho ganhou o tricampeonato Brasileiro de 2006 a 2008. O colombiano diz conhecer a história e a preferência geral no futebol brasileiro pela formação com linha de quatro na defesa. Mas ele entende que o Tricolor pode atuar melhor dessa maneira, na qual os alas teriam funções similares às dos laterais.

– Sempre vou tentar ver que os erros são coletivos, do grupo, e não individuais. O Rafael (Toloi) é ótimo zagueiro. Lucão e Rodrigo (Caio) também. Mas Lucão não é canhoto naturalmente. Por isso, acho difícil criticar um só jogador. Com trabalho e mais tempo, creio que o time coletivamente vai render muito mais e melhor. Nossos zagueiros também vão melhorar – disse Osorio, que aprovou a contratação de Luiz Eduardo, canhoto, para a defesa.

caça equivocada
No primeiro gol do Atlético-MG, Rodrigo Caio saiu para dar um bote no meio de campo e deixou um buraco na defesa, espaço aproveitado por Lucas Pratto. Rafael Toloi tentou cobrir, mas não conseguiu e permitiu a antecipação do argentino. Ou seja, a saída para a caça equivocada de Rodrigo Caio deixou o ataque do Galo com uma sobra numérica em relação aos defensores.

cobertura atrasada

A jogada começa depois de Thiago Mendes ir ao fundo no ataque e perder a bola. No contra-ataque, Rafael Toloi sai para dar combate no meio de campo e abre espaço atrás. Percebendo o espaço na lateral, o Galo força a jogada pelo setor, obrigando Rodrigo Caio sair para fazer a cobertura. Mas o defensor chega atrasado, não evita o cruzamento, e Pratto se antecipa a Lucão, zagueiro pela esquerda, setor no qual Osorio vê dificuldade do atleta e pretende usar o canhoto Luiz Eduardo.

erro na saída de bola
O São Paulo estava saindo da defesa, quando Hudson errou um passe lateral. O equívoco permitiu ao Galo atacar os defensores sem proteção. Lucão cercou Giovanni Augusto, mas não deu o bote. Por trás, nem Rodrigo Caio, pelo centro, e Rafael Toloi, voltando pela direita, interromperam a nova penetração de Pratto, autor do terceiro gol mineiro.