Após oito meses, Daniel “Messi” veste camisa do São Paulo e pode estrear.

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Ex-jogador do Botafogo foi contratado lesionado e passou por nova cirurgia no joelho direito, em janeiro. Nesta terça-feira, ele finalmente foi apresentado pela diretoria.

Contratado nos últimos dias do ano passado, Daniel finalmente foi apresentado pelo São Paulo. Nesta terça-feira, oito meses e seis dias após o anúncio do clube, o meia de 21 anos concedeu entrevista com a camisa tricolor e se pôs à disposição do técnico Juan Carlos Osorio para enfrentar o Joinville, em Santa Catarina.

Depois de entregar o uniforme ao reforço, o diretor de futebol Rubens Moreno se confundiu e o chamou de Rogério, atacante recém-trazido do Vitória. Em seguida, foi a vez de o zagueiro Breno aparecer na sala de imprensa do CT da Barra Funda para desejar sorte ao colega e revelar seu apelido: Daniel “Messi” (veja vídeo acima).

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Daniel São Paulo (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)
Meia foi finalmente apresentado no início da tarde desta terça-feira (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)

– Isso veio da torcida do Botafogo (risos), que tinha um carinho imenso por mim. É claro que é impossível comparar com o Messi. É um jogador que está entre os cinco da história. Acho que é por ser rápido, armar as jogadas e chegar bem para finalizar – disse o próprio meia.

Foi no Botafogo sua última partida, em 3 de setembro de 2014, quando sofreu lesão no ligamento cruzado do joelho direito em partida contra o Ceará, pela Copa do Brasil. Em 27 de dezembro, ao assinar com o São Paulo, Daniel se recuperava de cirurgia. No momento dos exames médicos, no entanto, o clube detectou anecessidade de nova intervenção – motivo que levou o Palmeiras a desistir de sua contratação, inclusive.

– Sim, eu tinha algumas propostas de alguns clubes que mostraram interesse, por eu estar sem clube. Teve uma procura e conversei, sim, com o Palmeiras. Mas não chegamos em um acordo, e nisso apareceu o São Paulo mostrando interesse. Eu e minha família não hesitamos – comentou o ex-botafoguense.

Em razão da cirurgia, o acordo válido até dezembro de 2017 só passou a vigorar em maio deste ano, já em meio ao segundo processo de recuperação. Desde a segunda semana de agosto, ele vem treinando com bola e aprimorando a parte física, no CT da Barra Funda. Relacionado para a viagem a Santa Catarina, o meia promete mostrar serviço em campo.

– É um orgulho e uma honra fazer parte desse clube. Aqui você tem toda estrutura que um jogador precisa. Fui bem recebido pelos jogadores, comissão técnica e é só alegria. Agora é a hora de retribuir dentro de campo – falou.

É claro que é impossível comparar com o Messi. Acho que é por ser rápido, armar as jogadas e chegar bem para finalizar
Daniel

Confira os principais trechos da entrevista:

Cirurgias no joelho
– Assim que tive a lesão, jogando pelo Botafogo, meu joelho não estava muito inchado. Conversei com o departamento médico do Botafogo e falaram que não teria problema em operar. Parece um pouco cedo, mas pelo meu estado do meu joelho não teria problema em operar o mais rápido possível.

Recuperação
– Nenhum jogador gosta de se machucar. Mas são coisas que estamos expostos. Aconteceu e encarei com muita dedicação, com ajuda de muita gente do São Paulo, da família e de amigos. A felicidade é imensa de voltar a fazer o que gosto depois de um longo tempo de recuperação.

– A recuperação lá vinha muito bem. Eu acabei saindo do Botafogo e me machuquei de novo em um acidente caseiro. Foi responsabilidade toda minha. Só tenho a elogiar o departamento médico do Botafogo.

Momento mais complicado
– Foi bem difícil, logo no começo da minha carreira. O pior é quando recebe a notícia de uma lesão séria e com uma recuperação longa, acima de seis meses. Depois de alguns dias cai a ficha e o pensamento é total na recuperação para voltar.

Sobre a escolha pelo São Paulo
– Sabíamos que aqui seria o melhor lugar para eu me recuperar com a ajuda do Reffis. É um sonho vestir a camisa do São Paulo. Isso que pesou para eu vir aqui

Conversa com Osorio
– Não conversamos ainda, mas falei muito com o Milton (Cruz, coordenador técnico) sobre como gosto de jogar. Acho que todos estão ligados e veem nos treinos como poderiam me encaixar no time. Sobre a recuperação, quando chega a notícia da cirurgia é difícil, mas de maneira alguma deixei cair e estar motivado. Acontece e tem de encarar. Me dediquei para voltar rapidamente.

Características
– Me sinto à vontade para jogar como meia armador, minha posição de origem desde a base, mas gosto de jogar também pelas beiradas. Acredito que é o que o Osorio utiliza. Gosto também de jogar como segundo atacante, esperando contra-ataques e usando velocidade e boa capacidade de finalização.

Posicionamento
– Gosto de jogar também como meia armador, mas tenho característica diferente do Ganso. Não teria problema em jogar junto com ele, porque gosto de jogar também pelas beiradas.

Clima de jogo novamente
– A saudade da atmosfera do estádio em um jogo importante é imensa. Fico na expectativa, sim, de poder entrar e mostrar o meu futebol. Tudo é no seu tempo. A comissão sabe a melhor hora. Se for nesse jogo, ficarei muito feliz.

Time com muitos desfalques
– Hudson treinou… (ouve que está suspenso). Acho que o Matheus Reis pode fazer a função (de zagueiro), talvez o João Schmidt. Temos duas peças de ofício, mas na raça vamos suprir caso haja necessidade.