Mesquita Pimenta: “Está todo mundo descrente com a gestão do São Paulo”

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Bastidores FC – UOL

Ex-presidentes do São Paulo se reuniram nesta terça-feira para discutir a crise pela qual passa o clube. E o diagnóstico a que chegaram não é nada animador para Carlos Miguel Aidar, que esperava contar com o apoio dos ex-mandatários para recuperar alguma governabilidade no clube. José Eduardo Mesquita Pimenta, 77 anos, presidente do São Paulo entre 1990 e 1994, integrante do Conselho Deliberativo desde 1966 e hoje presidente do Conselho Consultivo, declarou ao blog que “está todo mundo descrente”. A seguir, trechos da entrevista com Pimenta.

Como o sr. avalia a situação política do clube hoje?

Sou um veterano do Conselho. Virei sócio em 1952, aos 14 anos, e entrei para o Conselho em 1966. Nunca vi nada parecido. É algo inusitado. E inédito.

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Como o clube chegou nessa situação?

Não sei dizer, a situação se deteriorou. As pessoas têm que zelar pelos valores do clube, pelos valores que o clube sempre cultivou. O clube sempre teve postura, transparência nos negócios… E esses valores parecem abandonados. As decisões não eram tão individuais, havia mais pessoas envolvidas. Sempre tentamos zelar pela imagem do clube.

O sr. acredita em renúncia do presidente Carlos Miguel Aidar?

É uma decisão dele, exclusivamente dele, pessoal. Ainda não pudemos ouvi-lo. Mas não sinto nenhuma disposição por parte dele.

Ou num pedido de licença temporária?

Poderia ser uma solução. Nesse contingência, até poderia ser. Mas também não sei quem poderia substitui-lo.

O sr. aceitaria trabalhar na gestão de Carlos Miguel Aidar?

Não. E não vi essa disposição em nenhum dos ex-presidentes.

Por que?

Está todo mundo descrente com a administração do São Paulo. Não vi ninguém com essa intenção.

O que o sr. acha de um eventual pedido de impeachment?

Para a instituição nunca é bom. No São Paulo você precisa de 75% dos votos do conselho, o que significa 180 conselheiros. É improvável. E seria muito ruim, seria desmoralizante.

Qual é o melhor caminho para o clube?

O presidente deveria fazer uma avaliação de tudo o que está acontecendo e se manifestar.

O sr. defendia a permanência de Juan Carlos Osório como técnico?

Acho que deveria continuar. De vez em quando ele era um pouco inventor, mas eu acho que deveria continuar, se mantivesse um espinha dorsal seu trabalho daria frutos.

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