Sem dirigentes, São Paulo será comandado por CEO e executivos

54

UOL

Guilherme Palenzuela

O São Paulo inicia esta quarta-feira (07) com mudanças radicais em seu comando. Com a saída de todos os vice-presidentes e diretores estatutários, o clube passa a ser dirigido, ao menos temporariamente, apenas pelo CEO Paulo Ricardo de Oliveira e pelos executivos remunerados de cada departamento – além do presidente Carlos Miguel Aidar.

Publicidade

Como publicou o UOL Esporte na tarde de terça-feira, dirigentes do São Paulo iniciaram movimento após o estopim da crise de gestão com a briga e a exoneração de Ataíde Gil Guerreiro. Alguns dos mais importantes vices e diretores do clube decidiram colocar os cargos à disposição do presidente por acreditarem que não estão mais em posição de ajudar a gestão

Horas depois dos primeiros comunicarem Aidar, o presidente emitiu nota oficial chamando todos os vices e diretores a um pedido coletivo de demissão, para que o principal mandatário possa recomeçar sua gestão ‘do zero’ e reconstruir uma nova diretoria – chamando até alguns dos demitidos.

Diferentes alas da oposição do São Paulo, agora, se unem para tentar convencer conselheiros que serão convidados por Aidar a não aceitarem os cargos em uma nova diretoria. A estratégia política é despovoar a atual administração e torna-la insustentável, o que causaria isolamento de Aidar e obrigaria a renúncia.

Quase todos os grupos políticos do São Paulo se reuniram durante a tarde desta terça-feira. Integrantes de diferentes partidos que formam a base aliada de Aidar pediram a retirada do apoio ao presidente.

Este movimento já havia sido iniciado depois da última reunião do conselho deliberativo, na qual foram tratadas as suspeitas levantadas pelo empresário Abilio Diniz sobre a contratação de Rodrigo Caio, o destino da receita obtida na venda de Gabriel Boschilia e a impressão negativa do clube no mercado empresarial. Diniz ainda afirmou que o caso Iago Maidana é o “batom na cueca” do São Paulo.

Grupo de Ataíde Gil Guerreiro retira apoio a Aidar

O grupo Legião, do qual o ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro faz parte, retirou na tarde desta terça-feira o apoio ao presidente Carlos Miguel Aidar. A carta, assinada por 19 conselheiros, foi protocolada na presidência do clube, no Morumbi. Com isso, Aidar perde o apoio de um dos principais grupos que faziam parte da composição da base aliada.

O documento só não teve assinatura de três conselheiros: do próprio Ataíde Gil Guerreiro, que está fora de São Paulo após o episódio que causou sua exoneração, e de Reinaldo de Barros e Anselmo Cagnin, por problemas de saúde.

Confira a nota oficial emitida por Aidar:

“Informo que, no dia de hoje, solicitei a todos os diretores que apresentassem um pedido coletivo de demissão. Essa atitude permitirá uma recomposição da Diretoria, baseada em conversas com todos os grupos políticos do SPFC e com o objetivo maior de PACIFICAÇÃO. Chega de disputas políticas internas que nada acrescentam na vida do nosso clube. É hora de todos nós, são-paulinos, nos unirmos para o bem da instituição São Paulo F. C.

Nesta data, recebi também, aqui em minha sala, a visita do Sr. Juan Carlos Osorio, que confirmou estar deixando a direção técnica do nosso time para dirigir a Seleção do México durante as eliminatórias para a próxima Copa do Mundo, um desejo que ele alimentava há muito tempo. Lamento profundamente essa decisão de Osorio, já que vinha desenvolvendo um bom trabalho. Desejo-lhe boa sorte.

Nos próximos dias anunciarei os nomes dos novos diretores, bem como do novo técnico. Até lá, não voltarei a me pronunciar publicamente sobre os assuntos aqui tratados.

Carlos Miguel C. Aidar”