Pacaembu tem história na Libertadores para São Paulo, Bauza e Ganso

87

ESPN.com.br

José Edgar de Matos

Getty

Pacaembu mistura boas e más lembranças para São Paulo e são-paulinos
Pacaembu mistura boas e más lembranças para São Paulo e são-paulinos

A conhecida simbiose que envolve São Paulo e jogos decisivos de Libertadores no Morumbi não ocorrerá na noite desta quarta-feira, quando, a partir das 21h45 (de Brasília), a equipe tricolor decide uma vaga no grupo 1 da competição contra o César Vallejo, do Peru, no Estádio do Pacaembu, palco escolhido para servir de casa durante a reforma no Cícero Pompeu de Toledo.

Agora alugado pelo São Paulo para o duelo de quarta, o Pacaembu carrega histórias envolvendo três protagonistas da noite: o próprio clube do Morumbi, o técnico Edgardo Bauza e o meia Paulo Henrique Ganso, tratado pelo treinador argentino como a grande estrela do elenco na atualidade.

Publicidade

Antes da Era Telê Santana no início dos anos 1990, que resultou em dois títulos da Libertadores, o São Paulo por pouco não levantou a taça quase duas décadas antes. Diante do Independiente – maior vencedor da competição com sete taças -, o clube mandou o primeiro jogo justamente no Pacaembu.

A geração dirigida pelo argentino José Poy, conterrâneo do atual treinador são-paulino, venceu o jogo no Pacaembu por 2 a 1. Naquela noite de 12 de outubro, Saggioratto abriu o placar para o Independiente aos 28min da primeira etapa, enquanto Pedro Rocha (3min do segundo tempo) e Mirandinha (aos 5) viraram o jogo.

O São Paulo acabou derrotado na decisão ao sucumbir por duas vezes diante do poderoso clube de Avellaneda. Na Argentina, o Independiente fez 2 a 0 e forçou a realização de um terceiro encontro, em campo neutro.

No Estádio Nacional de Santiago, no Chile, o gol de Pavoni aos 37min da primeira etapa decretou o título do Independiente, grande carrasco são-paulino na década de 1970. Em 1972, a equipe alvirrubra passou pelo time tricolor na fase semifinal ao vencer por 2 a 0 e garantir a liderança do grupo 2 – o Barcelona, do Equador, era o outro clube na chave.

622 8f1f8a16 25e5 3c07 a751 982409084129
Ganso pede atenção para evitar surpresa e analisa estilo de Bauza

As más lembranças do Pacaembu também atingem o técnico Edgardo Bauza. Antes de se consagrar por duas vezes o Rei da América ao guiar LDU (2008) e San Lorenzo (2014) ao título, o treinador passou por uma das experiências mais dramáticas no Paulo Machado de Carvalho: uma derrota nos pênaltis.

Técnico do Rosario Central na edição de 2000, Bauza caiu nas oitavas de final daquele ano para o Corinthians. Depois de vitória por 3 a 2 na Argentina, o clube acabou derrotado pelo time alvinegro pelo mesmo placar, em exibição de gala de Luizão, autor de dois gols no Pacaembu e quatro no confronto ao todo.

Os placares iguais forçaram a realização dos pênaltis, e o Corinthians levou a melhor por 4 a 3, decretando o fim do sonho para Bauza e o talentoso Rosario Central de Juan Antonio Pizzi, centroavante daquele time e atual treinador da seleção chilena de futebol.

622 5f711c51 9c50 310a a542 4429156f63c4
Autor de golaço do César Vallejo no jogo da ida espera ‘algo parecido’ na decisão contra o São Paulo

Se São Paulo e Bauza usarão a noite de quarta para superar traumas, Paulo Henrique Ganso quer reviver os grandes dias. Foi no Pacaembu que o camisa 10 levantou, talvez, o grande troféu da carreira ao conquistar a Copa Libertadores de 2011 com o Santos de Neymar e Muricy Ramalho.

Ganso era protagonista daquele Santos ao lado de Neymar, atual craque do Barcelona. Em 22 de junho, o meia atuou durante 86 minutos no maior título de uma geração inteira de santistas – aqueles que não tiveram o privilégio de acompanhar o dia a dia de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

A vitória por 2 a 1, com gols de Neymar e Danilo – hoje lateral do Real Madrid -, consagrou Ganso e o elenco comandado por Muricy Ramalho com o tricampeonato santista no torneio sul-americano.

O talentoso camisa 10 são-paulino sabe o caminho que seguir. Para repetir o feito de cinco anos atrás, uma convincente vitória sobre o César Vallejo é o caminho. O palco, para ele, não poderia ser o mais adequado.

Em caso de classificação – o São Paulo precisa da vitória ou do 0 a 0, já que ficou no empate por 1 a 1 no duelo de ida, no Peru -, os alvos de Ganso, Bauza e companhia mudam. Sai o César Vallejo e entram River Plate, The Strongest e Trujillano pela etapa de grupos.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO X UNIV. CÉSAR VALLEJO

Local: estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 10 de fevereiro de 2016, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Cristian Ferreyra (Uruguai)
Assistentes: Nicolas Tarrán e Richard Trinidad (ambos do Uruguai)

SÃO PAULO: Denis; Bruno, Lucão, Rodrigo Caio e Mena; Hudson, Thiago Mendes, Centurión, Ganso e Michel Bastos; Alan Kardec
Técnico: Edgardo Bauza

UNIV. CÉSAR VALLEJO: Libman; Requena, Cardoza, Riojas e Guizasola; Ciucci, Quinteros, Montes, Millan e Hohberg; Chavez
Técnico: Franco Navarro