Novo diretor promete seguir passos de Ataíde, que admite pressão para sair

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Luiz Antonio da Cunha elogia Bauza e fala em continuar trabalho do antigo vice, que reconhece ambiente ruim com torcida e conselheiros antes de deixar cargo.

Luiz Cunha São Paulo (Foto: LEANDRO MARTINS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)

Luiz Cunha é o novo diretor (Foto: LEANDRO MARTINS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)

O São Paulo apresentou nesta segunda-feira o seu novo diretor de futebol, Luiz Antonio da Cunha, ex homem forte da base e substituto de Rubens Moreno no cargo. O dirigente se definiu como um “torcedor mais bem informado” e prometeu continuar o trabalho do ex-vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro, agora diretor de relações institucionais. Marcos Francisco de Almeida assume a função de diretor nas categorias de base.

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– A torcida agora tem um representante na diretoria do São Paulo. Sou um torcedor, mas mais informado e querendo atender o que o torcedor espera. Faremos o possível para dar felicidade a eles. Vou continuar o trabalho do Moreno e do Ataíde. O trabalho do futebol de base partiu das premissas do Ataíde. Era um subordinado dele. Colhemos frutos gerados de semeadura anterior. O antecessor da diretoria e a chefia forte do Ataíde nos ajudaram – disse Cunha.

O novo diretor também pediu tempo para o técnico Edgardo Bauza trabalhar e disse ser prematuro fazer uma análise sobre falta de comprometimento em parte do elenco, problema apontado pelo diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira.

– O futebol é resultado. A contratação de um profissional leva em consideração o tempo. O Bauza está nesse tempo de maturação. Tive pouco contato, mas tenho certeza que a contratação foi bem feita. Ele terá todo meu apoio para maturar o trabalho e dar os resultados que esperamos – afirmou.

 A torcida agora tem um representante na diretoria do São Paulo. Sou um torcedor, mas mais informado e querendo atender o que o torcedor espera
Luiz Cunha, novo diretor do São Paulo

Agora fora da diretoria de futebol, Ataíde explicou como ele e o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, decidiram pela mudança de cargo. O antigo vice reconheceu que era muito pressionado pela torcida e conselheiros do clube.

– Há dois lados. Um do conselho e outro da torcida. Se um dos lados fosse favorável, poderia seguir na luta. Mas não tinha. Tinha restrição total da torcida e de grande parte do conselho. Desse jeito, era ruim seguir. O reflexo caía sob o presidente. A pressão ia para cima dele também. Tivemos uma conversa aberta na sexta-feira. Eu disse a ele: “A situação está complicada”. Ele respondeu: “Verdade. Se traz um craque, não era o que deveria trazer. Se não vem resultado, recai sobre você” – afirmou.

Ataíde explicou que a ideia era esperar mais três jogos depois do empate por 1 a 1 com o Trujillanos, na Venezuela, pela Libertadores, para não sair com uma imagem negativa de resultados ruins. Mas o vazamento dessa informação na imprensa, na sexta-feira, adiantou o desligamento.

Luiz Cunha Leco Ataíde São Paulo  (Foto: LEANDRO MARTINS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)Luiz Cunha, Leco e Ataíde concederam coletiva (Foto: LEANDRO MARTINS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)

– Decidimos trazer o Luiz Cunha, que fez grande trabalho na base e tem condições de fazer um bom trabalho no São Paulo. Combinamos de esperar três partidas depois do jogo do Trujillanos para preparar a minha saída. Infelizmente, tem repórter muito bom aqui e alguém ligado ao Leco contou o que estava acontecendo. A partir daí, antecipamos o que estava programado. Saio desejando que as coisas melhorem. Com uma ou duas vitórias. vai voltar a tranquilidade. Tenho certeza que chegaremos às finais do Paulista e vamos classificar na Libertadores – finalizou Ataíde.

O presidente Leco defendeu a conduta de Ataíde e aproveitou para explicar a nova função do dirigente.

– Ataíde era o nosso vice-presidente de futebol e, em razão da sua performance e atitude, nem sempre bem compreendida, foi vítima de diversas injustiças e comentários que não correspondem à sua conduta como dirigente do São Paulo e figura humana. Conheço há muito e o aprecio. Ele nos aconselhou a sair da vice-presidência, conversamos, e não vai sair do São Paulo – destacou o mandatário.

– Continuará como diretor de relações institucionais, função que já exerceu antes com maestria. Será interlocutor do São Paulo com todas instituições: Fifa, CBF, Federação Paulista.. – completou Leco.