[VÍDEO] É Jucilei: passado difícil, São Paulo e saxofone

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Contratado no início da temporada, Jucilei rapidamente conquistou o seu espaço no Tricolor e ganhou a confiança da torcida. O camisa 25 tomou conta do meio de campo, protegeu a defesa são-paulina e se tornou uma das importantes figuras na reação da equipe no Campeonato Brasileiro de 2017.

E antes de entrar em campo mais uma vez para defender o São Paulo – no duelo com o Coritiba neste final de semana, no Estádio Couto Pereira -, o meio-campista falou sobre a sua vida fora das quatro linhas. Nascido em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, Jucilei superou uma infância difícil em busca do sonho de ser jogador de futebol.

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Abaixo, o volante conta a sua história, recorda passagem por três países diferentes – Rússia, Emirados Árabes e China – e revela o gosto pelo saxofone.

INFÂNCIA

-Tive uma infância difícil, perdi a minha mãe com 13 anos de idade e não tive pai. Fui criado pelos meus avós. Não tinha dinheiro para comprar uma chuteira ou passagem de ônibus para ir ao treino, então tive que batalhar desde cedo. A dificuldade do dia a dia me fez crescer. Com 15 anos, fui trabalhar como servente de pedreiro em obra. Ganhava dez reais por dia, e dava metade para a minha casa. Foi duro, porque a rotina de pedreiro é puxada, mas aprendi muito.

INÍCIO NO FUTEBOL

-Pensei em parar, mas desde pequeno ouvia das pessoas que eu tinha potencial. Uma vez estive perto de desistir, até liguei para o meu primo para avisar, mas ele disse que eu deveria seguir no futebol. Talvez, se eu realmente tivesse ido embora naquele dia, não teria realizado o meu sonho. Mesmo quando eu já era profissional, no J. Malucelli, não era fácil: o estadual era disputado até maio. Quando acabava o Campeonato Paranaense, eu voltava para a obra e trabalhava como servente de pedreiro até o final do ano.

EXPERIÊNCIA FORA DO PAÍS

-Aos 21 anos de idade, larguei tudo aqui e fui para a Rússia (defendeu o Anzhi, 2011-2013). O clima é totalmente diferente do Brasil, cultura e culinária também. Mas, mesmo assim, a minha adaptação foi rápida. Depois, fui para os Emirados Árabes. Ou seja: saí de -30 graus para 50 (risos). Foi uma diferença enorme, mas depois de suportar o frio da Rússia tudo foi fácil. E, na China, a culinária que pegou um pouco. Sentia a falta dos amigos, da família e de uma boa churrascaria (risos), mas deu tudo certo.

FORA DE CAMPO

-Nas horas vagas, que são poucas com a nossa rotina no futebol, gosto de ficar com os meus filhos, passear e ir ao parque ou shopping. E também tenho uma paixão pelo saxofone (risos), sempre admirei

SAXOFONE?

-Sempre gostei, e tive a oportunidade de aprender um pouco em 2016, quando estava na China. Levei um cozinheiro que era músico, e ele me deu umas aulas. Tenho pouco tempo para praticar, mas vou retomar. No futebol, poucos jogadores gostam, né? A maioria prefere pandeiro, cavaquinho e até bateria.

TORCIDA

-Não tenho palavras para falar da nossa torcida. O que os torcedores fizeram em 2017 foi incrível: carreata, Morumbi lotado e grande público no treino. Nunca vi isso na minha vida. A torcida foi o 12º jogador e com certeza nos ajudou na luta contra a zona do rebaixamento.