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Diego Salgado, Eder Traskini, José Eduardo Martins e Samir Carvalho
As quartas de finais do Paulistão começam na noite de hoje (29) com os quatro grandes do Estado em cenário parecido: o de instabilidade. Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos atravessam momentos de insegurança e uma eliminação precoce deve aumentar ainda mais os questionamentos aos quatro técnicos. Em um primeiro momento, não há risco de demissão para nenhum deles. No entanto, ser eliminado antes das semifinais do torneio, ainda que o Estadual seja muitas vezes desvalorizado por cartolas, colabora para aumentar a pressão sobre os comandantes, principalmente por parte da torcida.
São Paulo e Mirassol abrem o mata-mata do Estadual às 19h de hoje (29), no Morumbi, enquanto o Palmeiras duela contra o Santo André mais tarde, às 21h30, no Allianz Parque. Amanhã (30) será a vez do Corinthians enfrentar o Red Bull Bragantino às 19h, no Morumbi, e de Santos e Ponte Preta fecharem as quartas de final na Vila Belmiro, às 21h30.
Corinthians ainda busca “cara” de Tiago Nunes O técnico Tiago Nunes entra para a disputa das quartas de final sem o cargo ameaçado. O treinador, no entanto, não conseguiu emplacar no Corinthians o sistema de jogo que o consagrou no Athletico-PR. A “mudança de cultura”, como ele gosta de definir em relação à transição do futebol defensivo para o ofensivo, ainda não pôde ser vista no Timão. O Corinthians, por exemplo, só finalizou sete vezes de forma correta no gol nos últimos dois jogos (Palmeiras e Oeste).
No entanto, além do histórico do presidente Andrés Sanchez em não demitir técnicos, Tiago Nunes se mantém no cargo após conquistar dirigentes e companhia nos treinamentos. A diretoria o considera diferenciado no trabalho tático. Mas, durante a paralisação do futebol por conta da pandemia da Covid-19, a diretoria conversou bastante com Tiago Nunes para que ele entenda o que é a grandeza do Alvinegro, o entorno que envolve o clube, e não somente dentro de campo.
São Paulo de Diniz ainda oscila Fernando Diniz é muito bem avaliado no Morumbi. A diretoria acredita que o treinador tenha a filosofia adequada para o elenco tricolor. A torcida, em sua maioria, também tem o treinador em alta conta. No entanto, Diniz ainda luta para que o time tenha mais estabilidade na temporada e acabe com o jejum de títulos — a última vez que o Tricolor levantou uma taça foi em 2012, na Sul-Americana. Desde que chegou ao clube, em setembro do ano passado, o treinador viu a equipe alternar bons e maus momentos. Na retomada do futebol após a pausa por causa da pandemia do novo coronavírus, por exemplo, o time acabou sendo derrotado pelo Red Bull Bragantino por 3 a 1.
Palmeiras busca rumo sem Dudu O técnico Vanderlei Luxemburgo ainda procura uma formação para suprir a falta de Dudu. Antes da saída do ídolo, vale lembrar, o treinador colou em prática o esquema com quatro atacantes. A formação diante do Guaraní-PAR, pela Libertadores, em março, tinha Dudu, Willian, Rony e Luiz Adriano. Sem Dudu, Luxemburgo escalou Zé Rafael contra o Corinthians ao lado dos outros três atacantes — o meia atuou aberto à direita, com Willian por dentro. Diante do Água Santa, Lucas Lima ganhou uma chance para atuar centralizado, com Raphael Veiga pelos lados. Rony e Willian completaram o setor ofensivo.
A ideia de Luxemburgo é escalar dois jogadores rápidos pelos lados. Rony e Gabriel Veron, dessa forma, seriam os titulares, com um meia e um atacante na referência. Veron, porém, ainda se recupera de uma lesão muscular. Rony, por sua vez, ainda busca uma melhor adaptação ao time, como frisou o treinador no último domingo. Santos tenta esquecer extracampo O Peixe vem passando por grave crise financeira que culminou na perda de dois titulares: Everson e Eduardo Sasha processaram o clube por atrasos salariais. O fato foi o estopim para torcedores do clube protestarem de forma constante pedindo a renúncia do presidente José Carlos Peres.
É nesse clima que o técnico Jesualdo Ferreira comanda a equipe contra a Ponte Preta. O português tenta blindar o elenco e não entra em rota de colisão com a direção. A conduta fez o experiente treinador ganhar pontos com a diretoria, mas o desempenho do time em campo ainda é questionado por grande parte da torcida. O principal ponto de críticas é a criação de oportunidades. O Santos tem o pior ataque entre os clubes classificados para as quartas de final, anotando apenas 13 gols em 12 jogos. No ano passado, foram 19 gols em 12 jogos na primeira fase.
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