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Danilo Lavieri
Não há nenhuma desculpa para o São Paulo ter sofrido tanto e ter sido eliminado diante do Mirassol nas quartas de final do Paulistão. O jogo desta quarta-feira (29) mostrou um time do Diniz absolutamente descoordenado, com poucas jogadas em que a gente poderia perceber treinos e jogadas ensaiadas e até movimentos naturais de atletas profissionais. E aí você poderia dizer: “mas o time está parado há quatro meses”.
Pois bem: o Mirassol perdeu 18 jogadores durante a paralisação do calendário. Você não leu errado e não há erro de digitação. Sem poder bancar o contrato dos atletas enquanto a bola não rolava e as receitas pararam, o time do interior precisou dispensar quase dois times titulares e recontratou às pressas para ter como disputar a reta final do Estadual.
E aí nem é preciso entrar no mérito de estrutura, folha salarial, capacidade técnica… Todos os times estão juntos no sofrimento causado pela pandemia, mas o São Paulo tem muito mais a seu favor para ter sofrido menos. O time do Morumbi foi considerado por muitos o favorito entre os grandes para ser campeão do Paulista, mas entrou no Morumbi vazio hoje e conseguiu sair perdendo por 2 a 0. O primeiro gol em uma falha de marcação que daria briga até na pelada no society entre amigos. O segundo com Arboleda quebrando a linha de impedimento em um lance claro de desconcentração.
Depois, o time ameaçou se recuperar. Teve em Pablo um dos seus melhores jogadores. Quando faltou técnica para o atacante, teve esforço. Vitor Bueno, que caminhava para ser um dos destaques antes da paralisação do calendário, fez o segundo e animou a torcida virtual. No segundo tempo, o Mirassol se trancou, congestionou a intermediária e desistiu do jogo.
Fernando Diniz demorou a mexer. Do banco de reservas, fazia caras de desespero, gritava para o time acreditar e colocou a mão no rosto quando viu Volpi bater cabeça com Arboleda, e Daniel Borges acertar um belo chute para decretar a vitória do time do interior. Não há informação de momento da intenção de Leco em trocar de técnico, mas não surpreenderia o presidente ceder às pressões para usar mais uma vez o treinador como escudo de seus inúmeros problemas na gestão.