CBF vê saldo positivo em 1ª rodada e cita debate para atualizar protocolo

35

UOL

Pedro Ivo Almeida

Mesmo diante de toda a polêmica que cercou a primeira rodada do Campeonato Brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enxergou um saldo positivo no início da competição nas séries A, B e C.

O Goiás encarou problemas com datas de coletas das amostras para a testagem para a covid-19 e viu seu jogo contra o São Paulo suspenso após saber apenas neste domingo (9) que dez atletas foram positivados para o novo coronavírus; o Vila Nova (GO) teve o mesmos problemas de datas de coletas do laboratório contratado par os serviços; e o Imperatriz (MA) teve o jogo contra o Treze (PB) também suspenso após 12 atletas testarem positivo em novo caso de resultados informados apenas no dia do jogo.

Publicidade

“Entendo que um jogo suspenso e o problema com o laboratório atraiam a atenção e gerem debate, mas foram casos muito específicos em um universo de 25 jogos em todas as séries do Campeonato Brasileiro que se iniciaram neste fim de semana. O balanço é positivo. Tivemos sucessos em todas as outras operações”, pontuou o secretário-geral da CBF, Walter Feldman.

“Não há risco zero. Trabalhamos muito, exaustivamente, em debates com mais de 140 médicos, para montar uma estrutura próxima daquilo que consideramos o ideal. Diante de tudo, o mais importante é que nenhuma vida de atleta foi colocada em risco. Onde tivemos problemas com datas e laboratórios terceirizados daquele hospital que é nosso parceiro, claro, suspendemos os jogos. Esperamos resultado, prova, contraprova e, diante da confirmação dos casos e da impossibilidade de ter a reposição dos jogadores decidimos que não teria jogo”, complementou Feldman.

Diante de críticas de clubes e opinião pública a respeito do protocolo, a confederação admitiu que irá conversar internamente sobre os casos da primeira rodada e que a diretriz geral dos campeonatos será debatida com frequência, passando por “atualizações constantes”. Quarentena de dez dias.

Protocolo - Reprodução - Reprodução

Uma das primeiras novidades, já anunciada aos clubes, é a liberação para que eles façam os testes para a covid-19 em laboratórios de sua escolha – caso optem por não utilizar aqueles disponibilizados pela CBF e que foram alvos de questionamentos. “Desde que tenham um índice de qualidade semelhante ao do Hospital Albert Einstein, não há problema”, explicou Walter Feldman. Outra atualização na diretriz médica é o novo período de quarentena para jogadores que positivarem para covid-19: dez dias.

“Todos os indivíduos em que, a partir da data da coleta do exame RT-PCR, resultarem em amostra detectável para o RNA do vírus SARS-CoV-2, ficarão afastados em quarentena por 10 dias e liberados para retornar às atividades habituais desde que permaneçam assintomáticos por todo o período e monitorados pelo inquérito epidemiológico diário, sem a necessidade de execução de novo teste molecular”, diz o artigo “a” do item 3 do documento enviado aos clubes no último dia 5 e obtido pelo UOL Esporte (veja reprodução acima).

“O protocolo é atualizado diante de novas situações e nossos estudos. Esse novo período de quarentena é baseado em um estudo extenso do CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças – agência do serviço de saúde dos Estados Unidos] reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. Enviei ao Ministério da Saúde, foi reconhecido, aprovado, e informamos aos clubes”, explicou o chefe médico da CBF, Jorge Pagura.

CBF descarta trocar parceiro após falhas Por fim, a CBF descartou qualquer revisão ou rompimento do acordo que mantém com o Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Responsável pelos exames de todos os times das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro, o tradicional hospital se viu em xeque diante da polêmica dos últimos dias e das falhas de um laboratório parceiro contratado para coletas.

“O Hospital Israelita Albert Einstein identificou uma falha técnica na coleta das amostras, feita em um laboratório parceiro em Goiás, para realização de teste RT-PCR em atletas e equipes dos clubes Vila Nova e Goiás. Solicitou, portanto, novas amostras antes do processamento dos exames”, disse.

As novas amostras, no entanto, ocorreram em data diferente da programada. Com isso, os resultados, que deveriam ser informados aos clubes 24h antes dos jogos, só chegou ao conhecimento de atletas e comissão técnica no dia da partida. Tal erro, somado aos testes positivos e à impossibilidade de substituição adequada de atletas, fez com que alguns jogos fossem suspensos – Goiás x São Paulo, na série A, e Treze (PB) x Imperatriz (MA), na série C.

LEIA TAMBÉM: