Dani Alves diz que “deu uma acelerada” na recuperação para pegar o River

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UOL

Daniel Alves sofreu uma fratura no antebraço no dia 26 de agosto, e precisou ser operado. A previsão inicial era de 40 dias de recuperação até ele ser liberado pelo departamento médico para voltar a defender o São Paulo. No entanto, com a intenção de encarar o River Plate, amanhã, pela Copa Libertadores, o camisa 10 acelerou o processo fisioterápico e, exatamente um mês depois de se lesionar, estava em campo para enfrentar o Internacional. Vale se lembrar que nesse período antes de retomar a rotina nas partidas, ele virou alvo de polêmica por publicar um vídeo tocando um instrumento de percussão com os amigos, enquanto o time estava no Equador para disputar o torneio continental.

” Deu uma acelerada no processo. Apesar de parecer que não, procuramos acelerar o processo, respeitar os tempos para poder voltar nesta prévia, antes do jogo importante e decisivo que vamos ter na Libertadores. Poder sentir um pouco futebol, outra vez. Por isso, a gente tomou a decisão de voltar contra o Inter. E os resultados foram positivos. Apesar de que a vitória não veio, mas no contexto particular, e no geral, depois de tanto tempo parado, poder retornar, jogar os 90 minutos, e me sentir confortável dentro de campo foi muito satisfatório. Agora, a mente foi colocada nesse jogo, volto a insistir que para a gente é decisivo”, disse Daniel Alves.

O São Paulo vive situação complicada na Libertadores. A equipe será matematicamente eliminada da competição se perder do River Plate, amanhã. O time de Fernando Diniz soma quatro pontos, na terceira colocação. A LDU, que hoje encara o Binacional, lidera com nove, enquanto os argentinos somam sete.

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“Cara, são jogos como esse em que você tem de saber competir muito. São equipes muito experientes, muito rodadas. Já tive a oportunidade de enfrentar essa equipe e é sempre muito complicado pela intensidade, pela experiência, pelo conjunto que atua junto há muito tempo. Pelos jogadores experientes que eles têm se torna um jogo mais difícil. Porém, temos os nossos argumentos também. Apesar de termos uma equipe jovem, essa falta de experiência é compensada pela disposição, pela vontade de querer ser. Isso aumenta as nossas chances de poder competir bem e conseguir o resultado”, completou o camisa 10.

Confira o restante da entrevista de Daniel Alves: River Plate Volto a insistir, é uma equipe histórica que tem muito tempo jogando junto e que trata a bola com muito carinho. Então, vai ser um jogão. Vai ser um jogão porque são duas equipes que gostam de jogar, que propõe o jogo. E isso faz com que o espetáculo fique bom, interessante, mas sabendo que na nossa mente só passa um resultado. E para isso que a gente veio aqui. Sabendo que temos de fazer um jogo perfeito para poder conseguir.

Médicos E poder estar aqui, para mim, é para ficar muito feliz, contente e agradecido, sobretudo aos médicos que me operaram, as pessoas de recuperação que me ajudaram a poder estar em condições. É sempre importante agradecer essas pessoas, porque elas estão nos bastidores e parecem que não têm importância nenhuma, e somos nós os importantes, mas não. Acredito que é um trabalho conjunto. E eles fizeram tudo que estava ao alcance deles para eu estar aqui nesse momento agora. Para poder ajudar. Agora, é momento de concentração, muita personalidade, porque vamos ter um jogo muito difícil diante de um adversário histórico.

Tempo longe dos gramados Na verdade, eu estava com muita saudade de jogar, de poder estar competindo com os companheiros, de poder ajudá-los. Ficar tanto tempo parado para um atleta de alto rendimento nunca é muito bom, mas como praticamos um esporte de risco, às vezes acidentes acontecem. E isso nos deixa fora por um período. O processo de recuperação foi bem interessante, e bem planejado para que pudéssemos encurtá-lo.

100%? Fisicamente eu estou muito bem, consegui jogar os 90 minutos e consegui ajudar. O resultado não foi o que merecíamos, mas a performance foi muito boa. Por isso, estou muito contente com o meu retorno.

Situação do São Paulo Acredito que as coisas no futebol e na nossa vida, elas acontecem e temos de aceitar. E tentar se sobrepor a tudo isso, de uma maneira que tem de ter essa consciência, de que não depende só de nós, mas depende só de nós porque se não fizermos o resultado dificilmente pode dar outra combinação que vai nos ajudar a conseguir o objetivo. Acredito que primeiro temos de nos concentrar a fazer a nossa parte, sem pensar no que passou, e sim concentrar no que temos de fazer. E temos de fazer bem o nosso trabalho, porque volto a insistir: vamos jogar contra um adversário experiente, histórico, onde você não pode pensar muito além do que nesse adversário e nesse jogo.

Amadurecimento do São Paulo Acredito que temos uma grande oportunidade também de amadurecer a nossa equipe. Competir nesse nível e contra essas equipes faz com que o time ganhe experiência. Volto a insistir, somos uma equipe muito jovem, mas com muita vontade de fazer coisas diferentes no futebol, de propor coisas diferentes. Esse é um processo que a gente está vivendo e o processo nunca é mil maravilhas. Ele sempre tem as dificuldades e você tem de acreditar naquilo que você propõe. Senão as dificuldades começam a ficar muito maiores do que o que você quer. E o que a gente quer está muito claro e explícito.

Temos de confiar em nós mesmos. Temos de confiar na nossa proposta, porque é a única coisa que vai nos aproximar dos nossos objetivos. O jogo coletivo que a gente tem de construção, de todo mundo lutar, de não desistir nunca. E quando estiver difícil, em vez de dar um passo para trás, dar um para frente. Acredito que essa é a nossa base, a nossa grande força e é o que a gente vai propor enquanto a gente fizer parte desse clube. É o que a gente vai propor: essa solidez, que estamos buscando continuamente, de time mesmo, que é o que mais fazemos aqui no dia a dia.

Vamos tentar fortalecer isso, tentar parar de sofrer gols, vamos tentar construir mais situações de gols, até mesmo porque somos uma equipe que cria muitas situações, mas algumas vezes ficamos expostos e é um risco que você corre quando você propõe um jogo diferente, mas se tem alguma coisa para melhorar, sobretudo para esses jogos decisivos, essa é a fase em que a gente tem de melhorar, tentar não ficar tão exposto assim e não deixar o adversário criar tanta chances, assim aumenta a nossa possibilidade de vitória.

Brasil x Argentina Acho que sempre enfrentar adversário que é mais ou menos do mesmo nível é especial, porque você sabe que para conseguir performar tem de estar muito concentrado, para conseguir o objetivo final de vitória tem de ir no limite da perfeição, porque do outro lado tem um adversário muito capacitado, um rival que tem muitas armas também. Então, acaba sendo um jogo de detalhe, em que você tem de tentar competir. Não é só jogar e fazer grandes lances. Precisa ter um nível de competitividade muito alto, porque do outro lado vai existir isso.

Então, costumo dizer que argentinos e brasileiros são todos iguais e o único momento em que não falam a mesma língua é no futebol. Porque na forma de viver eles são bastante parecidos com a gente, na forma de encarar as coisas também. Mas quando se fala em futebol tem esses pontos diferentes que nos separam por um momento, mas acredito que é a grandeza do futebol, da competitividade do argentino com o brasileiro é isso. São dois povos que querem ganhar e competir sempre. E vamos tentar da nossa maneira se sobressair.

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