São Paulo prioriza defesa e amarga segundo pior ataque da Série A no ano

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GloboEsporte.com

Alexandre Lozetti

Mesmo com reforços e opções de status, Edgardo Bauza não consegue fazer ataque da equipe engrenar e insiste em Rogério como substituto de Ganso diante do Mogi.

Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Erico Leonan / Site oficial do São Paulo FC)

Edgardo Bauza treino o São Paulo para enfrentar o Mogi (Foto: Erico Leonan / Site oficial do São Paulo FC)

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O São Paulo entrará em campo nesta terça-feira, contra o Mogi Mirim, às 19h30, no Pacaembu, sob enorme risco de enfrentar o mesmo problema da semana passada, quando criar chances de gol diante do Novorizontino foi tarefa inglória. Naquela partida, a equipe só deslanchou depois que Ganso substituiu Rogério, atacante que o técnico Edgardo Bauza insiste em escalar como substituto do meia, numa função bem diferente daquela em que ele de destacou no ano passado.

Esse é um dos impasses do segundo pior ataque da Série A em 2016. Levando em conta os jogos de competição – estaduais, Primeira Liga, Copa do Nordeste e Libertadores – dos clubes que disputarão a elite do Campeonato Brasileiro, os números ofensivos do São Paulo são melhores apenas que os do Figueirense, oitavo colocado entre 10 times do Catarinense.

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Ataques São Paulo Série A Brasileirão (Foto: Arte: GloboEsporte.com)São Paulo é vice-lanterna entre ataques da elite do Brasileirão (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Desde o início da pré-temporada, Bauza deixou claro a todos que a prioridade seria corrigir erros defensivos do São Paulo. Isso certamente colaborou para que a equipe tivesse, também entre as da primeira divisão nacional, a sétima zaga menos vazada, estatística bastante razoável.

O que ninguém imaginava é que seria tão difícil equilibrar um time seguro sem perder potência ofensiva. Mesmo com a saída de Luis Fabiano e Alexandre Pato, dois astros do ataque nos últimos anos, restaram jogadores relevantes como Alan Kardec, Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos, o caro Centurión, Rogério, além das chegadas de Calleri, artilheiro do Boca Juniors na temporada passada, Kieza, artilheiro da última Série B, e de Kelvin, do Porto e ex-Palmeiras.

Em nove jogos, o Tricolor fez 10 gols, o que lhe dá uma média de 1,11. Bem inferior à do Fluminense, ataque mais positivo entre todos da Série A, com média de 2,12.

Nas únicas duas vezes em que enfrentou adversários da elite, o São Paulo perdeu sem conseguir fazer gols: 2 a 0 para o Corinthians e 1 a 0 para a Ponte Preta. Na Libertadores, prioridade da diretoria e da comissão técnica neste primeiro semestre, mesmo tendo encarado os frágeis César Vallejo, do Peru, e The Strongest, da Bolívia, foram dois gols em três partidas.

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O Tricolor de Bauza joga no 4-2-3-1. Com a bola, tem um sistema pouco inovador, com um armador (Ganso, na maior parte do tempo) e homens abertos pela direita e esquerda. À frente deles, o centroavante, aquele que fica mais perto do goleiro rival.

Prejudicado por um gol mal anulado, uma virose e um corte no tornozelo, Alan Kardec acabou perdendo a posição de centroavante titular para Calleri. Kieza, que pouco jogou, teve a melhor chance de evitar a derrota para o The Strongest, mas finalizou de maneira bisonha.

Defesas São Paulo Série A Brasileirão (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Defesa do Tricolor tem bom desempenho na temporada (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Pelos lados, Michel Bastos e Centurión resistiram, saindo do time apenas quando o treinador argentino optava por preservar fisicamente seus titulares. Agora, o brasileiro teve uma lesão na coxa, e o argentino parece ter perdido a posição para Wesley depois de uma sequência de atuações horríveis, que acabaram com qualquer resquício de paciência dos torcedores.

Como Wesley será poupado nesta terça, Bauza terá o lateral Carlinhos avançado pela esquerda e Centurión, de novo, pela direita. Rogério vai atuar no meio, onde não gosta e, por não ter as características de Ganso, acaba tornando o setor ofensivo mais estático. Kardec, Wilder, Kieza e Daniel, meia-atacante que, desde o início do ano passado, só entrou em campo uma vez, ficarão no banco. Kelvin não foi sequer relacionado.

Calleri, artilheiro da equipe no ano com três gols, vai comandar o ataque. Além dele, já marcaram em 2016 o zagueiro Rodrigo Caio e o meia Michel Bastos (dois cada um), o volante Thiago Mendes, o meia Ganso e o atacante Rogério.

Descontente com o ataque, Bauza consegue enxergar evolução na defesa. Depois de ter sido poupado, em razão de ter atuado todos os minutos da temporada até antes da rodada passada, Rodrigo Caio voltará à zaga ao lado de Maicon, que terá a terceira chance consecutiva como titular. Lugano não foi relacionado. Lucão estará no banco e Breno ainda se recupera de um derrame no joelho, mais um dos problemas físicos que assombram o jogador.

São Paulo x Água Santa Calleri viseira (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)Argentino Calleri é o artilheiro do São Paulo na temporada, com três gols (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

2 COMENTÁRIOS

  1. Chega a ser vergonhoso ver o atual ataque do São Paulo, muitas vezes alternados entre jogadores como:
    – Callieri, começou com tudo encheu a torcida de esperança e do nada não vem jogando bem, só mostra vontade e nada mais, vem perdendo alguns gols fáceis.
    – Centurion, sinceramente não entendo a insistência nesse jogador que ultimamente só sabe tropeçar na bola.
    – Kardec, a cada jogo demonstra que não serve para o ataque do SP, está muito mal apos as contusões.
    – Rogério, o único que se salva mas é preterido pelo treinador e quando o coloca é sempre fora da posição que ele rende mais.
    – Kieza, até agora não entendi por que contrataram ele, se ele não tem oportunidade de jogar, sem contar que o pouco que vi nem me animei.

    Mas faço uma ressalva, além do treinador o sr. Ganso, também tem bastante culpa já que ele é o responsável pela criação da equipe.

  2. A melhor defesa é o ataque. Tomou 1 gol? Faz 2. Tomou 2? Faz 3 ou 4…

    Precisamos do FATO NOVO.

    FATO NOVO, começa pela mudança da Metodologia, e principalmente da didática dos profissionais que trabalham no clube.

    Assim como em qualquer empresa profissional, um jovem recém-formado mesmo que seja na melhor faculdade, com as melhores notas, precisa de TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO, para estarem prontos e serem cobrados como os demais funcionários.

    E é nesse processo que o São Paulo vem pecando. Exatamente na transição dos jovens “estagiários” ou “trainees” para o profissional.

    Casemiro e William José, tentaram ficar aqui, até que aceitaram ir para o Real Madrid B, e aí evoluiriam em 1 ano, o que não conseguiram em 3 anos no Brasil.

    E Fernando Jubero seria realmente esse FATO NOVO. E o SP perdeu a chance de contratá-lo.

    Fernando Jubero, traz consigo uma filosofia aprendida no Barcelona, adequada ao futebol sulamericano pela passagem no Guarani-PAR, e com resultados (de filosofia de jogo) comprovados.

    O exemplo de William José e Casemiro, no Real B, demonstram que alguém que trabalhou no Barcelona B, poderia ser a pessoa ideal para assumir um time endividado, e que tem vários jovens jogadores da base, com passagem pela seleção Sub-20, e que nunca tiveram tempo para se desenvolver.

    Essa diretoria perdeu a melhor chance para implantarmos um novo jeito de jogar, que dure por anos e com jovens jogadores sem vícios.

    E nesse caminho continuamos no FATO IDOSO, com dinossauros no poder, capitães caverna de técnicos e múmias em campo.