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Alexandre Lozetti e Marcelo Prado
Técnico diz que ambição pessoal definirá se o camisa 10 fará mais gols, ressalta esforço que argentino exige de defesas rivais e garante liberdade para volante atacar.
O início de temporada tem sido de muitos questionamentos individuais no São Paulo. Além de ter que responder sobre reclamações de jogadores como Rogério e Alan Kardec, o técnico Edgardo Bauza falou sobre outros atletas de desempenhos irregulares após 11 jogos no ano.
Paulo Henrique Ganso, por exemplo, desde que chegou, é sempre motivo de interrogações. Depois de outra boa atuação, em que entrou no segundo tempo no lugar de Rogério e mudou o ritmo da equipe, como já havia feito diante do Novorizontino, na semana passada, o camisa 10 voltou a ser foco de debate entre o treinador e jornalistas.
O atacante argentino Calleri, que estreou com três gols em dois jogos, mas agora já está há sete sem marcar, também foi analisado por Bauza, bem como o volante Thiago Mendes, destaque absoluto da equipe no fim do ano passado e no começo da pré-temporada, mas que não conseguiu manter as boas atuações no início do Paulistão e da Libertadores.
Veja a seguir o que o Patón disse sobre o trio do São Paulo:
GANSO
– É um jogador com muito talento. À medida em que ele se propõe, não tem limite. Hoje (ontem), quando entrou, a equipe voltou a ter a bola, começou a circular melhor, criou chances de gol. Ele fez um gol. É um jogador muito rico tecnicamente. Nós temos falado com ele (sobre finalizar mais a gol), mas isso passa por ambição pessoal. Ele se sente tão reconfortado quando faz um gol como quando dá um passe para o companheiro. Ele se sente retribuído assim. Creio que ele tenha condições de fazer mais gols. No vestiário, depois do jogo, nós brincamos e ele dizia: “Sou goleador”. Eu digo que ele tem possibilidade de fazer gols em todas as partidas, por sua riqueza técnica, mas isso passa por ambição pessoal. De minha parte, farei com que ele possa seguir motivado, que tenha claro em sua cabeça a importância que ele tem para a equipe.
CALLERI
– Ele não teve grandes possibilidades nas últimas partidas, mas, igualmente, tem uma entrega e essa parte produz um desgaste terrível nos zagueiros adversários porque têm que aguentá-lo. Ele marca, pressiona, aperta… Mas necessita se tranquilizar um pouco mais para aproveitar as oportunidades que a equipe proporcionar a ele. Contra o Mogi Mirim, teve duas chances claras que ele não costuma errar. Mas ele tem muito sacrifício e entrega, isso provoca erros na zaga rival que ajudam nossa equipe.
THIAGO MENDES
– O Thiago tem toda liberdade para apoiar. O problema é que nos últimos dois jogos (Ponte Preta e Mogi Mirim), os rivais atuaram muito perto de suas áreas, então ele não teve muita possibilidade de passar ao ataque. Contra o Mogi, passou mais o Hudson, que chegou duas ou três vezes à área com possibilidades. Tínhamos uma missão defensiva entre Hudson e Thiago, de que um deles estivesse sempre, permanentemente, à frente dos dois zagueiros porque enfrentamos uma equipe que jogava muito verticalmente. Defensivamente, o Thiago fez um grande trabalho. Mas depois, ele tem toda liberdade para atacar.