Análise: Ganso organiza São Paulo e mostra que time pode render mais

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GloboEsporte.com

Yan Resende

Meia entra no segundo tempo e melhora rendimento tricolor. Bauza aposta em ataque veloz no início, mas vê equipe afobada que ainda abusa de erros bobos.

Ganso precisou de apenas 30 minutos para mostrar que o São Paulo pode render mais com ele em campo. Do banco de reservas, o meia viu sua equipe sair na frente do placar, mas também sofrer com a falta de organização no ataque. Quando entrou e reassumiu a armação, melhorou o desempenho tricolor, definiu a vitória, por 2 a 0 sobre o Mogi Mirim, com um belo gol e fez com que o torcedor saísse do Pacaembu satisfeito com o que assistiu na etapa complementar.

O final esperançoso abafou a preocupação inicial. Diante de um adversário que apenas se defendeu ao longo dos 90 minutos, o São Paulo voltou a apresentar dificuldades no setor ofensivo, como em partidas anteriores nesta temporada.

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A mudança, que passa pelos pés de Ganso, levanta consigo a dúvida. Nos próximos jogos, o Tricolor será o afobado time que mal trocava passes no primeiro tempo ou aquela equipe consciente do que fazia em campo na parte final do jogo?

ASSIM, PATÓN?

São Paulo no ataque contra o Mogi Mirim (Foto: GloboEsporte.com)
Rogério ficou responsável pela armação no time escalado por Bauza nesta terça (Foto: GloboEsporte.com)

Edgardo Bauza seguiu o rodízio. Diego Lugano foi poupado mais uma vez, porém não foi a mudança na zaga que chamou mais atenção. O técnico apostou novamente na velocidade de seu ataque, colocou Ganso na reserva e deixou Rogério incumbido da armação ao lado de Centurión e Carlinhos, abertos pelas pontas.

O Mogi Mirim, na tentativa de segurar o São Paulo, sequer passava do meio de campo no início de jogo. Assim, a movimentação do ataque, exigida por Bauza com a escalação, passou a ser obrigatória.

ATAQUE X DEFESA

Mogi no campo de defesa contra o São Paulo (Foto: Reprodução)
A imagem do primeiro tempo: todos os jogadores do Mogi no campo de defesa (Foto: Reprodução)

A teoria era clara, mas faltava organização. Calleri saía da área para ajudar os companheiros, abrindo espaços na defesa. Carlinhos e Centurión se deslocavam para o meio e deixava a ponta livre para os laterais. Rogério se apresentava mais próximo ao gol. Mas o São Paulo estava afobado em campo.

NÃO FAZ ASSIM…

Sem Ganso, ninguém conseguia acalmar a bola. O jogo mais acelerado na última parte do campo fazia com que os passes errados aparecessem com mais frequência. A movimentação dos jogadores de ataque pouco surtia efeito diante da dificuldade para envolver a defesa adversária. No vídeo acima, Rogério erra um passe simples para Centurión.

É SÓ CAPRICHAR

Por outro lado, os visitantes também não ofereciam perigo. Assim, o São Paulo precisou fazer o mínimo para balançar as redes. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Bruno deu passe milimétrico a Rogério, que saiu nas costas da zaga do Mogi Mirim e tocou na saída do goleiro para abrir o placar no Pacaembu.

ANIMOU?

Parecia que o São Paulo, enfim, se soltaria. Dois minutos mais tarde, Carlinhos, escalado como ponta esquerda, fez fila na defesa adversária, invadiu a área e bateu cruzado. Daniel, bem colocado, evitou o segundo gol tricolor.

ROGÉRIO SINCERO

Foi só a primeira impressão. O jogo voltou a ter o mesmo ritmo, o São Paulo seguiu errando de forma excessiva, e o Mogi Mirim manteve a proposta de permanecer no campo de defesa. Na saída para o intervalo, Rogério mostrou sinceridade ao dizer que não se sentia confortável com o esquema armado por Bauza.

O MAESTRO

Ganso tem liberdade no ataque do São Paulo (Foto: Reprodução)
Ganso (com a bola) saiu da reserva para encontrar espaços no campo de ataque do São Paulo (Foto: Reprodução)

O treinador argentino ainda precisou de 14 minutos para mudar sua equipe e desfazer o improviso. Aplaudido pelos poucos torcedores que compareceram ao Pacaembu (3.013 pagantes), Rogério deu lugar a Paulo Henrique Ganso.

CAPRICHA, CALLERI

O Tricolor melhorou com a entrada do camisa 10. Melhor postado em campo, o time chegou com perigo depois de uma roubada de bola no meio de campo, que pegou a defesa do Mogi desorganizada. Centurión serviu Calleri, que chutou em cima do goleiro.

CENTURIÓN?

Criticado na maioria dos jogos, Centurión estava mais à vontade. Quando recebeu na intermediária, viu espaço para o chute e viu o travessão balançar. A postura agradou à torcida, que aplaudiu o argentino quando ele foi substituído por Wesley.

A CEREJA DO BOLO

O segundo tempo foi mesmo de Ganso. Com apenas 30 minutos em campo, o meia nitidamente organizou sua equipe no ataque. E foi além: aos 44, mostrou categoria para sair da marcação, arriscou de fora da área e marcou um belo gol para fechar o placar no Pacaembu.