Por que o São Paulo sofre tantos gols? Veja opinião, raio-x e a origem de cada um em 2020

128

GloboEsporte

Eduardo Rodrigues e Marcelo Hazan

Em 37 jogos, Tricolor está perto de igualar número de gols sofridos no ano passado inteiro.

Uma das maiores dificuldades do São Paulo em 2020 é acertar o sistema defensivo. Em 37 jogos disputados até aqui na temporada, a equipe sofreu 46 gols – média de 1,24 por jogo. Para efeito de comparação, o Tricolor levou 47 gols em 60 jogos em 2019. Média de 0,78 gol por jogo.

Publicidade

O sinal de alerta foi acionado mais uma vez após os últimos três jogos, quando o time sofreu seis gols e quase perdeu a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil e se complicou na segunda fase da Copa Sul-Americana.

Em entrevista coletiva após a derrota por 3 a 2 para o Lanús, Fernando Diniz mostrou sua insatisfação com os gols sofridos. Não há, porém, sinal de mudanças para o confronto contra o Flamengo, neste domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã, pela 19ª rodada do Brasileirão.

– A gente tem evoluído, mas precisamos melhorar o sistema defensivo, no que diz respeito a tomar gols. Temos de parar de tomar gols – afirmou o treinador.

Veja todos os gols sofridos pelo São Paulo em 2020

Diante destes números e da urgência por mudanças, o ge fez um raio-x de todos os gols sofridos pelo São Paulo em 2020. Dos 46 gols, 21 tiveram origem em jogadas trabalhadas pelos rivais pelo meio da defesa com finalizações de dentro da área. O número representa 45% do total.

Logo em seguida, outras três maneiras empatam, com oito gols em cada uma: chute de fora da área, cruzamento para a área (com bola rolando) e bola parada.

Veja abaixo o levantamento completo:

Raio-x dos gols sofridos pelo São Paulo na temporada

Origem do golAdversário
Chute de fora da áreaSanto André, Binacional (2º gol), Bragantino, Bragantino (3º gol), Fluminense, Santos (2º gol), LDU (4º gol), Fortaleza (2º gol)
Cruzamento para a área (bola rolando)Ferroviária, Santo André (2º gol), Mirassol (3º gol), LDU, Internacional, Fortaleza (3º gol), Fortaleza (2º gol), Lanús
Dentro da área pelo meio da defesaNovorizontino, Ponte Preta, Binacional, Santos, Bragantino (2º gol), Guarani, Mirassol (2º gol), Vasco (2º gol), Bahia, Corinthians, Atlético-MG, Atlético-MG (2º gol), Brangantino, River Plate, River Plate (2º gol), LDU (3º gol), River Plate, River Plate (2º gol), Binacional, Fortaleza, Lanús
Bola paradaBotafogo-SP, Mirassol, Vasco, Atlético-MG (3º gol), Santos, Coritiba, Fortaleza, Lanús (3º gol)
Erro de saída de bolaLDU (2º gol)

Fonte: ge.globo

Durante a temporada, a defesa são-paulina sofreu inúmeras modificações. Em determinado momento, a linha de quatro defensores era composta por Juanfran, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo.

Após a eliminação no Paulistão e jogos irregulares no início do Campeonato Brasileiro, o sistema passou a ser formado por Igor Vinicius, Diego Costa, Léo e Reinaldo.

No início de outubro, nova mudança, com a saída de Léo e o retorno de Bruno Alves. Para fortalecer ainda mais o sistema defensivo, Tchê Tchê deixou de ser o primeiro volante para dar lugar a Luan, um jogador de marcação mais forte.

Bruno Alves e Luan voltaram a ser titulares do São Paulo — Foto: Reprodução/Twitter

Bruno Alves e Luan voltaram a ser titulares do São Paulo — Foto: Reprodução/Twitter

Para o comentarista da Globo Alexandre Lozetti, a marcação da equipe do técnico Fernando Diniz pelos lados é ruim e precisa haver mais agressividade dos jogadores do setor ofensivo para que o número de gols sofridos diminua (veja a análise completa no vídeo no início da reportagem).

– O São Paulo é um time que tem dificuldade para pressionar o adversário. Essa talvez seja uma lacuna nessa ainda curta carreira do Fernando Diniz. É conseguir criar mecanismos e treinamentos para que o time, que é envolvente com a bola nos pés, sabe o que fazer, também consiga ser forte sem a bola. Competir, pressionar, atacar o adversário. O São Paulo às vezes deixa espaços e permite que o adversário jogue dentro do seu campo. A marcação pelos lados é ruim, então quando você permite que o seu rival ronde a sua área, fica mais fácil que os gols aconteçam – afirmou Lozetti.

– O São Paulo precisa ser mais agressivo lá na frente. Evitar que esse contato, que esse combate só aconteça perto da sua área. Se quando perder a bola apertar, pressionar lá na frente, subir todas as linhas, que é uma coisa que o Fernando Diniz gosta, mas que nem todos os jogadores têm a característica de fazer, talvez o São Paulo consiga melhorar sua defesa – completou.

Mesmo com os problemas apresentados, o São Paulo tem a segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro. Com 13 gols sofridos, o time só perde para o Fortaleza, que levou 11. Os torneios de mata-mata vêm sendo o grande problema do Tricolor paulista.

Para este domingo Diniz não deve promover mudanças, e o São Paulo vai enfrentar o Flamengo com: Tiago Volpi, Tchê Tchê, Diego Costa, Bruno Alves e Reinaldo; Luan, Daniel Alves, Igor Gomes e Gabriel Sara; Luciano e Brenner.

LEIA TAMBÉM: