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Leo Burlá e Thiago Fernandes
Campeão brasileiro na última temporada, o Flamengo recebe hoje (1) a visita do São Paulo, às 16h, no Maracanã, em um duelo que marca o passado, o presente e até mesmo o futuro da hegemonia do futebol do Brasil e da América do Sul Se hoje vive tempos de vacas magras, o Tricolor já foi motivo de inveja para aqueles que não torcem para o clube. Na década de 90, uma equipe dirigida por Telê Santana enfileirou títulos e inaugurou uma era no futebol brasileiro. Com Raí como grande craque, os tricolores venceram o Paulista (91), Brasileiro (91), a Libertadores (92 e 93), a Supercopa (93) e o Mundial (92 e 93).
Anos depois, Rogério Ceni comandou a geração que venceu novamente o torneio continental e o Mundial, em 2005. Para desespero dos rivais, o SPFC fez história a ser o primeiro brasileiro a se sagrar tricampeão nacional (2006, 2007 e 2008), sequência apenas interrompida pelo próprio Fla. Durante este período mais recente de glórias, quem vivia na pindaíba era justamente o Flamengo. Com elencos modestos e títulos de expressão escassos, o Rubro-negro via no adversário de hoje uma realidade muito distante. Além dos troféus, o São Paulo era referência nas finanças, no marketing e em termos de estrutura física.
O Fla demorou um pouco para acordar, iniciou um trabalho firme de reestruturação a partir de 2013 e o jogo mudou. As conquistas demoraram um pouquinho, mas o processo foi coroado em 2019. Campeão da Libertadores após 38 anos, o clube ainda levantou o Brasileirão e o Carioca. Os tricolores, por sua vez, não conquistam nada desde 2012.
Sob a batuta de Jorge Jesus, o time iniciou 2020 com gás total e abocanhou os troféus da Supercopa do Brasil, da Recopa Sul-Americana e também do Carioca. Os triunfos em série são uma verdadeira obsessão para a atual gestão, que espera que as voltas olímpicas da equipe de Domènec Torrent sejam uma rotina e o clube inaugure uma hegemonia.
Diferenças também fora de campo A virada de jogo não se limitou apenas ao campo, já que a política e as finanças também explicam o abismo que há atualmente. Mergulhado em uma crise de bastidores, os são-paulinos estão imersos em um processo eleitoral que colocará ponto final na gestão do contestado Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Na Gávea, paz e sossego para Rodolfo Landim e seus pares, que têm nas conquistas um grande escudo.
Os cofres do Rubro-negro também engordaram mais do que os do Morumbi. Ao passo que o Flamengo fechou o ano passado com receita recorde de R$ 950 milhões, os paulistas arrecadaram apenas R$ 398 milhões, cifra que deixa o clube em 7º na lista de faturamento dos clubes brasileiros na última temporada. Se o momento indica desequilíbrio, em campo o clássico pode subverter a lógica e mudar o rumo das coisas. O Flamengo espera dar mais um passo para se consolidar como o “novo” São Paulo. E o São Paulo querendo retomar o posto que um dia foi seu.
FICHA TÉCNICA FLAMENGO x SÃO PAULO Data e horário: 1/11/2020 (domingo), às 16h (de Brasília) Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ) Árbitro: Caio Augusto Max Ribeiro (RN) Auxiliares: Jean Marcio dos Santos (RN) e Vinicius Melo de Lima (RN) VAR: Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro (RN) FLAMENGO Hugo Souza; Isla, Gustavo Henrique, Natan e Filipe Luís; João Gomes (Daniel Cabral) Gerson e Everton Ribeiro; Vitinho, Bruno Henrique e Pedro. Técnico: Domènec Torrent. SÃO PAULO Volpi; Tchê Tchê (Igor Vinícius), Diego Costa, Bruno Alves e Reinaldo; Luan, Daniel Alves, Igor Gomes e Gabriel Sara; Luciano e Brenner. Técnico: Fernando Diniz.
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