GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Tricolor vence o Goiás após Diniz tirar zagueiro e colocar atacante para pressionar o adversário.
O São Paulo mostrou mais uma vez no último sábado, na vitória de 2 a 1 sobre o Goiás, de virada, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, que não tem medo de arriscar.
Quando o jogo ainda estava 1 a 1, aos 10 minutos do segundo tempo, Fernando Diniz não pensou duas vezes em tirar o zagueiro Diego Costa e colocar o atacante Pablo em campo.
A mudança poderia parecer desespero do treinador se isso não fosse comum em seu estilo de jogo. Neste sábado, a aposta deu certo. O Tricolor martelou a zaga do Goiás até achar o gol da virada com Igor Gomes.
O problema dessa aposta ousada de buscar o resultado congestionando o setor ofensivo é que a todo instante o São Paulo está no seu limite. Não há margem para erro.
Pablo é marcado por jogadores do Goiás — Foto: Marcos Ribolli
O Goiás é um time frágil, lanterna do Campeonato Brasileiro, e mesmo assim a equipe comandada por Fernando Diniz flertou com a derrota em algumas ocasiões. Tiago Volpi e a defesa, com Luan improvisado ao lado de Bruno Alves, tiveram que salvar o que seria o pior cenário.
Na visão de Diniz, falta ao São Paulo converter as chances criadas para não ficar o tempo inteiro no limite. Já o fato de tirar zagueiros para colocar atacantes é um “risco calculado”.
– Não sei se o São paulo joga tão no limite. Por que hoje foi assim? O Tadeu foi o melhor em campo pelo Goiás. Era um risco calculado, tínhamos a preocupação na bola aérea com o Fernandão. Mas estávamos sofrendo pouca bola de cruzamento, então não justificava deixar o Diego, sendo que o Luan teria um jogo curto mais apurado – analisou.
– Temos que fazer o modelo de jogo. Na prática, é aproveitar as chances que você criar para não ficar no limite. Contra o Flamengo, foi 4 a 1, não jogamos tão no limite, entre aspas, porque só o resultado não explica a partida. Eles perderam dois pênaltis. Os jogos são difíceis, quem não está ficando no limite? Se ganhar de 1 a 0, mesmo sem trocar o time, está sempre no limite. Estamos sempre tentando ampliar o placar para não ficar na agonia de ganhar no placar mínimo – completou.
Durante a temporada, o treinador tirou zagueiros para colocar atacantes inúmeras vezes. A mais recente, antes do Goiás, havia sido no jogo anterior, diante do Lanús, pela Copa Sul-Americana.
Fernando Diniz, técnico do São Paulo, no jogo contra o Goiás — Foto: Marcos Ribolli
Na ocasião Diniz foi além e tirou os dois zagueiros (Bruno Alves e Diego Costa) para colocar dois atacantes. No tempo em que o Tricolor ficou sem homens de defesa, o ataque correspondeu e fez os gols necessários para se classificar.
No entanto, o limite dessa vez não foi suficiente, e o time acabou cedendo o terceiro gol no instante em que dois zagueiros foram colocados em campo (Arboleda e Léo). A eliminação aconteceu.
De olho agora na Copa do Brasil, onde o São Paulo enfrenta o Flamengo, na próxima quarta-feira, às 21h30, no Maracanã, pelo jogo de ida das quartas de final, jogar no limite pode ter um preço caro a se pagar.
Nas partidas de mata-mata que a equipe disputou em 2020, isso ficou nítido. Sempre jogando no limite, o time só venceu um jogo eliminatórios, perdeu dois e empatou outros dois. Os resultados renderam eliminações no Paulistão e na Sul-Americana, e uma classificação nos pênaltis na Copa do Brasil.
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