Campeão no SPFC de Muricy, atacante deixou o Brasil e virou ídolo na Coreia

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UOL

Thiago Fernandes

O torcedor do São Paulo não se esquece da sequência de títulos brasileiros de 2006 a 2008 e, certamente, se lembra da maioria dos personagens que protagonizaram o tricampeonato nacional. Há um jogador que esteve no plantel comandado por Muricy Ramalho no primeiro ano de conquista. O atacante Edgar Bruno, com 19 anos à época, participou somente de três partidas do título nacional, somando 111 minutos em campo. Mesmo com o pouco período, o título é inesquecível para o atleta. Hoje aos 33, ele defende o Daegu, da Coreia, onde se tornou ídolo com gols e títulos. Porém, não se esquece da exitosa passagem pelo Morumbi.

Em entrevista ao UOL Esporte, o atacante se lembra como foi a chegada ao CT da Barra Funda em 2006. “No Joinville, eu me profissionalizei, acabei jogando, era um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro da Série C. Aí apareceu a oportunidade para ir para o São Paulo. Foi muito legal mesmo, por mais que eu fosse muito novo. Sabia que poderia não jogar muito, mas ir para um clube como o São Paulo seria muito legal para mim. Foi o que aconteceu, tive poucas oportunidades, mas foi um aprendizado muito grande para mim. Tem alguns jogadores que falo com eles e que jogamos muito naquela época. Eles abriram a porta para mim no futebol. O São Paulo me deu muita visibilidade”, disse ao UOL Esporte.

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Naquele período, fez amizades que duram até os dias de hoje. O volante Renan e o zagueiro Alex Bruno ainda têm boa relação com o atacante, que se lembra também da possibilidade de atuar ao lado de grandes ídolos do esporte. “O São Paulo tinha acabado de vencer Libertadores e Mundial, com Rogério Ceni, Miranda, André Dias, Junior na lateral esquerda, Aloísio, Alex Dias, Josué… Foi um período importante, um sonho realizado. Eu via os caras na televisão e, duas semanas depois, eu estava junto com eles. Foi um choque de realidade mesmo, saí de um time da Série C para um time da Série A. Foram momentos especiais, trabalhando com o Muricy Ramalho”, comentou.

“Eu tenho amizade com o Alex Bruno, com o Renan, volante, tem algumas pessoas que eu falo sempre. É bom ter amizade com essas pessoas que estiveram em um momento bem feliz da minha vida, conquistamos um título brasileiro. Pude usufruir da estrutura fantástica que o São Paulo tem e joguei em um grande clube. Não tenho o que reclamar, mesmo que não tenha jogado tanto. Só de estar ali foi muito especial para mim”, acrescentou.

Sem muitas chances no São Paulo, Edgar Bruno se tornou um andarilho no futebol. O jogador defendeu Beira-Mar (POR), Porto (POR), Acadêmica (POR), Estrela Vermelha (SER), Vasco, Nacional da Ilha da Madeira (POR), Vitória Guimarães (POR), Shabab Dubai (EAU), Al Wasl (EAU), Adanaspor (TUR), Lekhwiya (QTR) e Buriram United (TAI) entre 2007 e 2018. Os melhores momentos da carreira neste período foram em Portugal e nos Emirados Árabes Unidos.

No entanto, a melhor fase da carreira se iniciou em 2018. Contratado pelo Daegu, da Coreia do Sul, o atacante já defende a equipe por três temporadas. Logo em seu primeiro ano, foi decisivo na Taça Coreana, marcando gols na semifinal e na final.

“Eu me destaque na Champions League Asiática jogando pelo Buriram United. Apareceu a oportunidade de vir para o Daegu. A equipe não estava bem no momento. Foi um desafio que acabei aceitando. Um dos auxiliares da equipe é meu amigo de infância, jogou comigo no Brasil desde que joguei no Paulistinha. Ele foi uma das pessoas que mais me incentivou a vir para o Daegu. Quando vim o treinador era brasileiro. As coisas aconteceram muito bem, a equipe estava brigando nas partes de cima do campeonato. Então, foi muito bom” disse o jogador. “Conseguimos um título inédito, fiz gols nos jogos da semifinal e da final. Isso foi muito legal, porque elevou a equipe para outro nível.Nesse ano, também construíram um novo estádio. Isso foi muito legal mesmo, tenho que agradecer pelo momento que passo aqui no clube”, completou. Edgar Bruno, inclusive, não esconde que a passagem pelo Daegu é uma das melhores e talvez até a melhor da carreira. Ele sobrepõe o coletivo ao individual e explica por que considera o momento na Coreia do Sul como especial.

“Eu gosto muito daqui, eu me senti muito bem aqui, meus companheiros me acolheram muito. Eles gostam muito de nós, estrangeiros. Como a equipe tem muitos jogadores novos, eles se espelham muito na gente. Como a minha equipe tem mais jogadores novos, eles falam que vão correr para mim e que eu vou ajudá-los. Isso fez com que eu crescesse no clube, tenho feito meus gols, meu trabalho na Coreia. Não questão de números, porque fiz mais gols nos Emirados Árabes, mas questão de viver um momento legal em uma liga, sem dúvida, é o melhor momento sim”, concluiu.

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