UOL
Thiago Fernandes
A campanha para a Assembleia Geral de Sócios do São Paulo, marcada para sábado (28) e que elege 100 novos membros do Conselho Deliberativo, teve áudio de uma das associadas do clube, Tete Poleti, vazado. Ela cobra dos aliados no pleito o voto em dois financiadores da campanha de Roberto Natel: o empresário Vinícius Pinotti e o advogado Márcio Sayeg. A dupla, contudo, nega envolvimento na exigência feita pela associada. Eles, inclusive, explicam que não têm ligação direta com a sócia do clube.
“Meninas, é o seguinte, estou vendo uma lista que está correndo aqui no grupo e na internet, tem que colocar os nomes do Vinícius Pinotti e do Márcio Sayeg. Eu vou explicar para vocês o por quê. Esses caras estão metendo a mão no bolso, estão fazendo um monte de festa, cuidando do grupo, distribuindo dinheiro para fazer as festas, coisa que ninguém praticamente tem. O mínimo que a gente tem que ter é respeito e incluir esses dois candidatos na lista”, disse Tete em áudio em um grupo de WhatsApp.
“Em todas as listas, alguém tem que cortar a cabeça de alguém para colocar o Márcio Sayeg e o Vinícius Pinotti, porque são eles que estão custeando a campanha, tá OK? Vamos fazer isso direitinho, como tem que ser feito, com respeito e qualidade, muito feio isso, gente, muito feio. Já está um monte de gente me enchendo o saco logo cedo, com toda razão, porque você pode ter 18 candidatos, mais o Vinícius e o Sayeg. Eu acho muito feio fazer um negócio desses com os caras. Não devia ter nem aceito o dinheiro dos caras quando começou a campanha então, agora fazer isso eu acho indigno. Desculpem o chilique logo cedo, mas estou indignada. Tenham juízo nessa cabeça, por favor”, acrescentou.
Procurada pelo UOL Esporte para se manifestar, Tete Poleti confirmou a veracidade dos áudios. “Sayeg e Pinotti são gente muito boa, são grandes candidatos, vão ajudar muito ao São Paulo. Eles não estavam em uma lista [de candidatos] que eu considero fake, eu acho que essa lista foi plantada para desequilibrar as pessoas. A gente está tentando fazer uma campanha sem dinheiro. Eu acabei ficando brava, porque as meninas passaram a lista para mim, e eu disse: ‘gente, cadê o Sayeg e o Pinotti nessa lista? Todo mundo que colabora está aqui, por que eles não estão?’
Foram checar, e essa lista não nasceu aqui dentro. Todo mundo tem suas preferências, nem lista estou fazendo, porque todos têm direito de escolher. É uma campanha difícil, sem grana, com os colaboradores dando o seu melhor. Eu não posso concordar que fique ninguém fora dessa lista”. Além da responsável pela cobrança no voto à dupla, o UOL Esporte também procurou Márcio Sayeg e Vinícius Pinotti. Ambos deram explicações para a situação. Pinotti alega que nem sequer conhecia a sócia que pediu para que ele fosse colocado na lista de conselheiros.
“Eu nem ouvi direito, vi que era uma manifestação dela. É uma opinião dela. Ela achava que Sayeg e eu deveríamos estar em algumas listas em que a gente não estava. É uma opinião dela, quem tem que responder é ela, não eu”, alegou o ex-diretor de futebol do São Paulo.
“Eu não posso responder por uma pessoa falando. Se tivesse áudio meu cobrando, seria uma coisa, mas a Tete, eu mal a conheço no São Paulo. Eu não tinha o telefone dela até surgir esse áudio. É uma manifestação dela, eu nunca pedi voto por causa disso, eu não pedi a essa Tete para fazer áudio algum. Eu não tenho proximidade nem ligação com ela. Eu te garanto que nunca pedi voto por causa disso. Estou fazendo uma campanha propositiva, sou empresário, não preciso disso. Se ela fez isso, esse é um problema dela, não é meu. Nunca nem ouviu isso, nunca ninguém me viu cobrar. Você pode perguntar às pessoas se eu cobrei alguém de votar em mim por estar ajudando o Resgate Tricolor”, acrescentou.
Márcio Sayeg adotou discurso semelhante ao de Vinícius Pinotti. “Esse áudio que a Tete fez, eu acho que ela foi infeliz no que falou. Eu não entrei em detalhes nem com ela, inclusive. Eu sou advogado e não ligo para essas coisas. Eu não devo nada a ninguém, sempre fiz uma campanha limpa, isso aí, se ela cobrou alguém, ela tem os motivos dela. Eu sou benquisto no grupo e, inclusive no clube, todo mundo me conhece”, afirmou Sayeg.
“Foi ato deles, eu não cobro ninguém, nunca cobrei e não quero cobrar. Se eu for votado pelo sócio, inclusive, é porque quero fazer um bom trabalho. Eu quero me doar pelo São Paulo. Eu sou um são-paulino ferrenho, adoro o São Paulo. Vivo da advocacia, tenho um belo de um escritório, tenho um nome. Eu quero entrar lá para cobrar e para tentar melhorar esse rombo que está na instituição. Quero ver, quero estar lá, quero fiscalizar. Eu quero que meus filhos gritem que são campeões”, concluiu.
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