GazetaEsportiva
Promessas de mudanças drásticas em diferentes áreas do São Paulo foram feitas por ambos os lados que disputam a presidência do clube, porém, com a boa fase vivida pelo time profissional nos últimos tempos, os protagonistas da disputa eleitoral tricolor parecem dispostos a manter certos profissionais para que o tão sonhado título seja conquistado. E um deles é Raí, o questionado diretor executivo de futebol que começa a desfrutar da sua redenção no Morumbi.
Desde dezembro de 2017 à frente do departamento de futebol do São Paulo, o ídolo do clube vive altos e baixos como dirigente desde então. As diversas eliminações da equipe em várias competições pesaram bastante para uma má avaliação por parte da torcida e imprensa, porém, Raí foi persistente e, bancado pelo presidente Leco, vem conseguindo dar a volta por cima, apostando em jovens da base para as necessidades do elenco, já que não há dinheiro nos cofres, e ainda assim fazendo o Tricolor voltar a ser competitivo, figurando com boas chances de vencer o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.
“O Marco Aurélio Cunha vai entrar no primeiro minuto. Isso não quer dizer que vou tirar o Raí ou o Lugano, ainda mais agora que o São Paulo está lá na frente. Você tem que dar tranquilidade para os profissionais. O Marco Aurélio Cunha entra no primeiro minuto, mas isso não quer dizer que a gente vai fazer modificações. Isso seria loucura”, afirmou Roberto Natel, candidato à presidência do São Paulo pela chapa “Resgate Tricolor” e que planeja ter MAC como seu diretor de futebol ao longo dos próximos três anos.
O próprio Marco Aurélio Cunha também defendeu a permanência de Raí no departamento de futebol do São Paulo. Contrário a Alexandre Pássaro, gerente executivo que tem forte influência no clube, liderando negociações e elaborando contratos, MAC acredita que é preciso dar mais autoridade ao ex-jogador tricolor.
“Quando percebi, em 2010, que já não estava mais influenciando no clube, eu pedi para sair. Se olharem para trás, vão ver que saí do São Paulo espontaneamente, contra o desejo até do próprio Juvenal. Como não estava mais influenciando em nada, fui embora. A melhor coisa do mundo é você ser coerente. Tento ser coerente o tempo todo. Aquilo me desgastou tanto na saída do Ricardo Gomes e entrada do Baresi… falei que o Baresi não estava pronto, que as coisas não podiam ser assim, mas achavam que Cotia iria resolver tudo, até treinador. Não é culpa do Baresi. Por um período, em uma interinidade, é até bom, mas não para titularidade. Veio o Carpegiani, ele pediu para eu ficar, falei para ele que ficaria até o fim do ano e depois saí. Tenho certeza que o Raí deve se sentir assim também, mas a persistência dele em não entregar o São Paulo mal, acho que tem feito com muita dignidade, arriscando sua reputação, mas seguramente ele vai entregar um clube melhor do que pegou”, comentou Marco Aurélio Cunha.
“Eu posso muito bem trabalhar com quem está lá. Mudanças obviamente surgirão, mas evidentemente ao seu tempo. Ninguém vai interromper um trabalho que já passou por tantas dificuldades e agora está tendo um pequeno resultado. Vamos jogar tudo para cima? De jeito nenhum”, prosseguiu.
“Se estiver tudo bem, e de alguma maneira está, não quebraremos a corrente de trabalho. Respeitaremos as pessoas que estão lá. Eu ouvi o outro candidato dizendo que iria refundar o CT da Barra Funda. Acho que ele se precipitou, porque eu mesmo fui crítico do Fernando [Diniz], mas um crítico de quem quer vê-lo produzir bem. A zaga precisa de um volante, a linha defensiva não está boa, Reinaldo está tomando muita bola nas costas. Óbvio que são opiniões técnico-táticas, mas estamos tentando mostrar ao treinador que algo precisa ser feito. A missão do dirigente é identificar um problema e pedir ao técnico que corrija esse problema. A missão do dirigente é interferir positivamente, de forma propositiva, não interferir em escalação para depois contar na roda de poker para os amigos que mandou trocar jogador. Os erros cometidos ninguém fala. Isso jamais vou fazer”, finalizou Marco Aurélio Cunha.
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