GazetaEsportiva
Marcelo Baseggio
Candidato à presidência do Conselho Deliberativo do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa tem como principal meta contribuir para o estancamento das dívidas do clube, no entanto, pensando mais a longo prazo, o filho do homônimo ex-presidente tricolor também tem ideias para que o Morumbi volte a ser palco de glórias.
Membro do grupo político “Nova Força”, Marcelo Portugal Gouvêa ajudou na formulação de um plano de gestão para a década do centenário do São Paulo. A ideia é que as medidas comecem a ser implementadas desde já para que o clube possa se tornar uma potência capaz de rivalizar com clubes como Flamengo e Palmeiras, financeiramente e em outros aspectos.
“É o momento que você precisa estancar o aumento da dívida, para conseguir resolvê-la e poder ter investimento. O torcedor quer saber do São Paulo ganhar título, mas para ganhar título é preciso estar estruturado fora de campo. Esse nosso projeto visa justamente o longo prazo, para que as mudanças, planos, ações sejam estruturadas e pensadas”, afirmou Marcelo Portugal Gouvêa em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.
“Não adianta a gente tomar uma medida em algum ponto que não seja conectada com uma outra medida do outro lado. Se não, vamos tomar medidas de curto prazo e continuar correndo atrás de nós mesmos. A ideia é que tudo seja pensado em dez anos para saber o que vamos fazer agora, no ano que vem, no terceiro, quarto, quinto ano e por aí vai. Mais importante do que as ações é o que buscamos com esse plano, que é retomar o protagonismo no futebol”, completou.
Uma das ideias neste plano de gestão é promover uma aproximação do São Paulo às outras instituições e empresas da região do Morumbi, como colégios e hospitais, para chamar a atenção do poder público. Nos últimos anos, a área onde está o clube e estádio tricolores sofreu com enchentes, problemas de infraestrutura que podem ser resolvidos caso haja uma mobilização de todas as partes e que poderia servir como ponto de partida para um sonho muito maior, o da transformação da casa são-paulina em uma moderna arena.
“A gente pensou num plano de gestão de década com uma maior aproximação de grandes empresas, instituições que estão no entorno do Morumbi. Temos o Hospital Albert Einstein, colégios, muita coisa na região. Falta um pouco uma união desses players no sentido de buscar coisas que seriam positivas para o coletivo. Com essa maior conversa você teria maior condição para brigar com o poder público para fazer reformas no entorno que se adequem ao torcedor”, afirmou.
“A última década foi aberta a estação de metrô na frente do Shopping Butantã, a mil metros do estádio. Há um projeto já aprovado de canalização do córrego que passa debaixo do Morumbi, isso acabará com os problemas de enchente do estádio. Acho que também conseguiríamos mexer em algumas coisas para o torcedor, como estacionamento, dá para pensar em fazer algum bolsão ou utilizar o estacionamento de empresas próximas quando elas não estão usando e, como contrapartida, ceder o estacionamento do estádio quando o estádio não está sendo utilizado. Depende de uma maior comunicação do São Paulo com essas outras empresas”, explicou Marcelo Portugal Gouvêa, também conhecido como Marcelinho, já que seu pai levava o mesmo nome e presidiu o São Paulo em um dos períodos mais vitoriosos de sua história, entre 2002 e 2006.
Já em relação à tão sonhada reforma do estádio do Morumbi, o candidato à presidência do Conselho Deliberativo do São Paulo foi moderado, sugerindo que dificilmente o clube terá condições de concretizar esse desejo de grande parte da torcida em um futuro breve.
“Em relação ao interior do Morumbi, não adianta prometer para o torcedor que faremos uma reforma no curto prazo, porque no curto prazo o importante é controlar as dívidas e voltar a ter dinheiro para investir adequadamente no futebol. Então, no curto prazo isso não é possível. Você resolvendo a situação financeira, no médio a longo prazo talvez consegue ter dinheiro para investir no estádio”, concluiu.
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