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Thiago Fernandes
Em seu momento de maior pressão no São Paulo, Fernando Diniz contou com o apoio de Raí para seguir no cargo. Às vésperas da eleição presidencial no Morumbi, marcada para 12 de dezembro, o treinador inverte os papéis com o executivo de futebol e pede a sua permanência na função ao vencedor do pleito. O desejo do treinador em nada tem a ver com uma retribuição ou suposta gratidão ao chefe do departamento de futebol. Diniz teme que o São Paulo, atual líder do Brasileirão e semifinalista da Copa do Brasil, saia dos trilhos com uma mudança brusca no organograma do CT da Barra Funda.
Julio Casares e Roberto Natel disputam o pleito presidencial no clube. Ambos já sinalizaram com mudanças no departamento de futebol. Porém, há o desejo do técnico de segurar os atuais responsáveis pelo esporte, ao menos até o fim do Campeonato Brasileiro — o torneio se encerrará em fevereiro de 2021 após a paralisação do calendário do futebol devido à pandemia do novo coronavírus.
“É difícil saber o que o novo presidente vai fazer, o que posso falar é que esses caras ajudam muito. Eu posso falar depois que cheguei aqui. Desde que cheguei aqui, esse pessoal me deu todo suporte, o clube todo, o pessoal da comunicação, da cozinha, nos momentos difíceis, fez mais diferença ainda. A harmonia sempre existiu e esse momento é um prêmio pelo nosso trabalho”, afirmou Diniz.
“Sou uma pessoa de poucas reuniões formais e muitas informais. Existe um time expandido no São Paulo que todo mundo colabora bastante. A gente está vivendo um momento importante de resultados. Espero que quem entrar saiba olhar isso, porque esse momento que o São Paulo está vivendo é muito em função dessa turma aí”, acrescentou. O pedido de Fernando Diniz à futura diretoria acontece dois meses após Raí segurá-lo no cargo de treinador. Em outubro, depois de ser eliminado na fase de grupos da Libertadores e amargar uma sequência de sete jogos sem vencer, o treinador sofreu pressão para deixar o cargo.
Naquele momento, até internamente havia uma lista para escolher o seu sucessor na função — Diego Aguirre, Rogério Ceni, Paulo Autuori e Vagner Mancini surgiram como opções. Raí, no entanto, se posicionou em prol da manutenção de Diniz no São Paulo. O desejo do executivo de futebol foi atendido, e até o presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, topou segurá-lo no Morumbi por mais tempo.
Diniz reagiu, conseguiu uma sequência de vitórias e levou o São Paulo à liderança do Brasileirão. Hoje no topo da tabela de classificação, o técnico tem respaldo o suficiente para pedir a sequência de um superior. Ele, inclusive, destaca o trabalho de Raí neste momento, citando outros membros do departamento de futebol, como Alexandre Pássaro, Fernando Chapecó, diretor-adjunto, e o mandatário são-paulino.
“Ele tem mérito total, é um cara muito grande. Ele é uma pessoa importante na história do São Paulo. Ele é maior que isso, um cara diferente. Sou muito grato por ter a felicidade de trabalhar com ele, o Pássaro, o próprio Chapecó e o Leco. São dois grandes acertos do São Paulo, tanto o Raí quanto o Pássaro, os nossos executivos. Esse trabalho coletivo, essa comunicação que a gente tem fez toda a diferença no momento de pressão, faz toda a diferença agora. Esses caras, de maneira especial o Raí, são figuras ímpares”, concluiu.
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