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Samir Carvalho e Thiago Fernandes
Corinthians e São Paulo entram em campo, na tarde de hoje (13), com novas administrações. O mandante do jogo na Neo Química Arena já conta com Duílio Monteiro Alves à frente do cargo que era ocupado por Andrés Sánchez. Vencedor da eleição ontem (12), Julio Casares será o responsável por substituir Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, na função.
Os dois dirigentes dão adeus de formas distintas. Andrés segue assíduo no cotidiano do CT Joaquim Grava e se prepara para deixar o clube. Leco, por sua vez, aparece com menos frequência no CT da Barra Funda e deixa o clube isolado após uma gestão bastante desastrosa.
O adeus de Andrés O presidente Andrés Sanchez vive os seus últimos dias no comando do Corinthians. Segundo apurou o UOL Esporte, o mandatário estará presente hoje na Neo Química Arena. No entanto, Andrés ainda segue no dia a dia do Alvinegro. Aliás, ele mantém neste fim de semana a mesma postura de seus treinos anos de mandato. O dirigente “concentra” com o elenco, no CT Joaquim Grava, e segue junto com a delegação para a Arena.
Apesar da fama de “durão” e polêmica, Andrés não esconde a emoção em seu último clássico como presidente do Corinthians. O dirigente revelou em entrevista exclusiva ao UOL Esporte que não participará em nada da gestão de Duílio Monteiro Alves, seu atual diretor e que toma posse como novo presidente do clube no dia 4 de janeiro.
Em contato rápido com o UOL, Andrés admitiu que passa um “filme em sua cabeça” nessa reta final de Corinthians e lembrou que são mais de 20 anos como dirigente do clube.
“De Corinthians, na parte futebol, acabou meu ciclo. Vou ser sócio, frequentar o clube, ser torcedor como muitos milhões de torcedores. É pedir desculpas para aquele que acha que eu errei e agradecer aquele que me apoiou. Eu tenho certeza de que errei, mas tenho certeza de que eu acertei muito mais”, afirmou Andrés.
Seu primeiro mandato como presidente foi em 2007, mas Andrés já exercia cargo diretivo na base do Timão em 1994. Desde então, esteve sempre perto do futebol, incluindo uma passagem pela CBF, entre 2011 e 2012, e diversos cargos dentro do clube até a atual gestão, que começou em 2018.
Andrés Sanchez vai deixar o futebol e promete voltar a cuidar dos negócios da família. Filho de imigrantes espanhóis, ele trabalhou dos 12 aos 17 anos como feirante em uma banca de frutas de seu pai. Aos 20 anos, foi admitido como gerente de uma empresa de embalagens de um primo, da qual veio a se tornar sócio. O adeus de Leco Leco se isolou nos últimos meses de sua gestão. Mesmo em alta e com chances de títulos, o mandatário seguiu recluso e evitou ao máximo a exposição em seu último mês à frente do clube — ele deixará a função em 31 de dezembro.
O dirigente se distanciou das campanhas eleitorais, não concedeu entrevistas coletivas, apareceu de forma esporádica para despachar no Morumbi e se encontrou com seus pares do departamento de futebol até duas vezes por semana. Em seu dia a dia no clube, tem comparecido ao Morumbi esporadicamente para despachar. Desde que contraiu Covid-19 e chegou a ficar internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), em setembro, o mandatário é mais cuidadoso no que se refere à sua presença física. Ele só comparece a reuniões estritamente necessárias e toma o devido cuidado ao se encontrar com outras pessoas.
No futebol, que tem colhido sucessos no Brasileirão e na Copa do Brasil, Leco também é cauteloso. Ele voltou a frequentar o CT da Barra Funda em meados de outubro. As aparições no local ocorrem até duas vezes por semana. Mais recluso e comedido nos bastidores, o presidente vai ao local para se reunir com a comissão técnica de Fernando Diniz e membros do departamento de futebol. O executivo de futebol, Raí, o gerente da pasta, Alexandre Pássaro, e o diretor adjunto Fernando Chapecó sempre se reúnem informalmente com o mandatário no centro de treinamentos.
O São Paulo, agora, se prepara para ter um novo presidente. Julio Casares venceu o pleito na noite de ontem (12) e passa a assumir o cargo em janeiro do próximo ano. À frente do clube, terá a tarefa de manter a boa fase no futebol.
A missão, contudo, exigirá uma dose de habilidade. Julio Casares confirmou a manutenção de Fernando Diniz como treinador, mas pretende reformular o departamento de futebol, que hoje conta com Fernando Chapecó, Alexandre Pássaro e Raí. Ele, inclusive, já tem um acerto com Muricy Ramalho para o cargo de coordenador e tem conversa avançada com Rodrigo Caetano para a direção-executiva de futebol.
Há a preocupação de como elenco e comissão técnica reagirão às modificações iminentes em cargos de chefia no departamento de futebol. O mais provável é que as trocas sejam feitas já em janeiro, mesmo que os pedidos internos sejam por mudanças ao fim do Campeonato Brasileiro 2020 — o torneio se encerrará em fevereiro de 2021 por causa da paralisação do esporte em meio à pandemia do novo coronavírus.
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