globoesporte.com
Alexandre Lozetti
Mesmo com apenas quatro jogos, zagueiro vira exemplo para comissão técnica e diretoria do clube, que estuda maneiras de estender contrato com término em junho
Não faz nem um mês que o zagueiro Maicon foi apresentado no São Paulo, mas seu curto tempo de clube, que inclui quatro jogos, já foi suficiente para encantar comissão técnica, dirigentes e companheiros. Dentro e fora de campo, o jogador de 27 anos, emprestado pelo Porto até 30 de junho, é considerado um dos exemplos a serem seguidos por todo o grupo.
Tanto que a diretoria tricolor estuda todas as possibilidades de, não apenas manter Maicon por mais tempo, até o fim do ano, como também de contratá-lo em definitivo. Nenhuma das hipóteses é simples, uma vez que o atleta, capitão do Porto por mais de uma temporada, é um nome conhecido do mercado europeu.
No empate por 1 a 1 contra o River Plate, na última quinta-feira, Maicon desarmou, marcou, bateu, levou cartão, discutiu, catimbou… Enfim, vestiu o manto de um jogo deste tamanho da Libertadores. Foi o primeiro grande desafio do zagueiro, que, até então, só havia entrado em campo contra times pequenos no Paulistão. A boa impressão foi confirmada.
– Estou satisfeito com a atuação da equipe toda. Não estamos aqui para apontar erros defensivos. Foi uma exibição quase perfeita defensivamente, a não ser pelo lance do gol, mas o ponto fora de casa contra o River nos ajuda. Fomos prejudicados pela arbitragem, o justo seria sairmos com a vitória – afirmou o zagueiro, que também foi elogiado por Lugano.
– É um jogador experiente, que jogou muito tempo na Europa, forte, com temperamento, é fácil jogar com ele. Assim como é com o Rodrigo Caio, que é mais novo, tem mais técnica e velocidade, outras características. O São Paulo tem três, quatro, cinco zagueiros para alternar porque o calendário é muito duro – destacou o uruguaio.
De qualquer forma, dentro do rodízio de zagueiros promovido por Edgardo Bauza, Maicon parece ter alcançado o status de titular, aquele que estará sempre em campo nos jogos mais importantes.
Fora de campo, a diretoria vê no zagueiro um modelo de contribuição pela doação, a seriedade no dia a dia e a influência sobre o elenco. O atacante Calleri também é muito bem avaliado, e o fato de ambos terem contrato só até o meio do ano impulsiona ainda mais a tentativa de manter Maicon, já que ficar com o argentino, negociado por um grupo de investidores com a Internazionale, é praticamente impossível.
– O estilo de jogo não é tão diferente, aqui (no Brasil) é um pouco mais lento, na Europa temos um futebol mais rápido, mas na defesa não há tanto problema de adaptação. O importante é ganhar ritmo e confiança dos outros jogadores, isso ajuda bastante – disse Maicon, que atuou por cinco temporadas no futebol português.
No domingo, ele poderá ser um dos poupados por Patón, que já anunciou a escalação de Rodrigo Caio no clássico diante do Palmeiras. Lugano certamente não disputará a terceira partida consecutiva. Resta saber se o técnico manterá Maicon ou voltará a escalar Lucão. A prioridade está na partida da próxima quarta-feira, contra o Trujillanos, na Venezuela. O São Paulo precisa vencer para não complicar suas chances de classificação na Libertadores.
Troca pelo Salsicha