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Alexandre Lozetti
Foco de protestos da torcida na temporada e na mira de outros clubes, meia reclama de ser único alvo e diz que nunca teve intenção de deixar a equipe do Morumbi
Xingado mais uma vez no fim da derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, depois de um chute para longe do gol, Michel Bastos disse não entender porque foi escolhido pela torcida do São Paulo como único alvo de reclamações. O meia voltou a ser titular após se recuperar de uma lesão na coxa direita, e se reencontrou com a torcida, que, neste ano, fez protestos direcionados, com um sósia do jogador tomando cerveja, e depois um “apitaço” em todas as vezes que ele tocava na bola, ambas manifestações da organizada.
Dessa vez foi diferente. Nem Michel nem nenhum outro jogador foram ofendidos por esse grupo, mas torcedores comuns perderam a paciência depois desse lance.
O mau momento fez com que outras equipes, como Santos e Internacional, procurassem o São Paulo, interessadas na contratação do jogador. Inicialmente, a diretoria fechou as portas. Michel, após o clássico deste domingo, disse que pretende continuar no Tricolor, mas reclamou da perseguição.
– Nunca tive intenção de sair do São Paulo, mas vejo que quando há uma derrota, há uma cobrança muito forte em cima de mim. Tento entender porque estão focando só na minha pessoa. Sempre tentei dar meu melhor, fiz um grande esforço para ajudar minha equipe enquanto estive machucado. Não entendo porque uma parte da torcida só pega no meu pé, culpar só um jogador fica difícil. Nunca tive intenção de sair. Se eu estiver atrapalhando, e acho que não é o caso, é só vir e me falar – afirmou Michel.
O meia começou o ano como capitão do São Paulo, mas perdeu essa condição logo depois de um atrito entre os jogadores. Parte deles não topou o pacto de silêncio pelos direitos de imagem atrasados. Logo em seguida, o goleiro Denis, um dos que deram entrevistas naquela derrota para o The Strongest, passou a usar a faixa.
Recuperado, Michel Bastos deverá ser titular do São Paulo na próxima quarta-feira, contra o Trujillanos, pela Libertadores.
– Para nos mantermos fortes na briga, temos que ir com intenção de ganhar a partida na Venezuela. Nosso treinador já citou isso, temos consciência – afirmou.