Rival desconhecido e desgaste são obstáculos do São Paulo na Venezuela

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Edoardo Ghirotto – Gazeta Esportiva
Lugano é um dos atletas são-paulinos mais insatisfeitos com o calendário do futebol brasileiro (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
Lugano é um dos são-paulinos mais insatisfeitos com o calendário do futebol brasileiro (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

No papel, o São Paulo terá no jogo dessa quarta-feira, diante do Trujillanos, um compromisso contra o rival mais fraco da fase de grupos da Libertadores. Mas, na prática, a história é outra. O time mal teve tempo de se recuperar da derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, no domingo, e já iniciou uma jornada até a cidade venezuelana de Valera. Além do desgaste físico, o Tricolor prega cautela por ter pela frente um adversário desconhecido para a maior parte dos jogadores.

Em um primeiro momento, o cansaço será o principal obstáculo enfrentado pelo São Paulo na Venezuela. Por mais que tenha preservado os titulares no Choque-Rei, o técnico Edgardo Bauza não contava com a mudança de planos que levou a equipe a pegar três aviões para chegar em Valera. O clube esperava repetir a estratégia adotada anteriormente e tomar um voo fretado na segunda-feira, mas as autoridades locais não autorizaram o procedimento. A delegação, então, teve de jantar na Cidade do Panamá e dormir no município venezuelano de Maracaibo antes de se encaminhar para Valera.

“Tivemos um jogo na quinta-feira [contra o River Plate, na Argentina] e um no domingo. Todos os jogadores que atuaram contra o Palmeiras terão de se recuperar no avião para jogar uma final na Venezuela. Todo mundo que entende um pouquinho de futebol sabe o que isso significa e o quanto dificulta a busca por um objetivo. Mas temos que superar, não existe outra opção”, afirmou o uruguaio Diego Lugano, que em entrevistas anteriores classificou o calendário do futebol brasileiro de “assassino”.

Também pesa contra o Tricolor a falta de informações sobre o Trujillanos. A equipe comandada pelo argentino Horacio Matuszyczk foi fundada em 1981 e tem nas conquistas da Copa da Venezuela de 1992 e 2010 as suas maiores glórias. A classificação para essa edição da Libertadores foi obtida após o vice-campeonato venezuelano do ano passado, quando o time perdeu o título para o Deportivo Táchira. O estádio do clube, batizado oficialmente de José Alberto Pérez, é popularmente conhecido entre os torcedores como “O Cemitério dos Grandes”.

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O jogador Maicon do São Paulo FC, durante desembarque no Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro (Cumbica), em Guarulhos (SP). O tricolor paulista está retornando da Argentina após o empate, por 1 a 1, na partida contra River Plate, válida pela segunda rodada do Grupo 1 da Copa Libertadores da América 2016.
O zagueiro Maicon acredita que o São Paulo não deve temer nenhum adversário (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Por mais que a imprensa local classifique o Trujillanos como uma equipe promissora, as duas derrotas na fase de grupos do torneio continental levantaram dúvidas quanto à qualidade técnica dos venezuelanos. O time foi goleado por 4 a 0 pelo River Plate, em casa, e perdeu por 2 a 1 para o Strongest, na altitude de La Paz. “Fácil não será. Não faço ideia de qual ambiente nós vamos enfrentar. Assisti ao jogo contra o River pela televisão, mas a sensação é completamente diferente ao vivo”, afirmou o atacante Alan Kardec, substituto do suspenso Calleri nessa rodada.

Para o zagueiro Maicon, “se o São Paulo fizer sua parte dentro de campo, nada nos impedirá de sair da Venezuela com uma vitória”. “Eu particularmente não conheço nada do Trujillanos, mas precisamos estar bem preparados. O respeito tem que ser o máximo, independentemente de quem for o adversário. Espero um jogo difícil e preciso me preparar mentalmente e fisicamente para ele. Se o técnico quiser contar comigo desde o início, eu estarei pronto”, declarou.

Com um ponto somado nos dois jogos que disputou no Grupo A da Libertadores, o São Paulo ocupa a terceira colocação e precisa vencer para alcançar o topo da tabela. Enquanto o Tricolor estiver em campo em Valera, os bolivianos do Strongest receberão o River Plate na cidade de La Paz, em jogo que definirá a liderança da chave após essa terceira rodada.