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O martelo para a venda do atacante Kieza, do São Paulo, ao Vitória deve ser batido nesta terça-feira, no máximo na quarta-feira. Ao menos assim desejam as diretorias dos dois clubes. Em troca, o clube baiano assumirá toda a dívida são-paulina pela compra do jogador do Shanghai Shenxin, da China, em janeiro deste ano, e ainda enviará dois jogadores da base à equipe tricolor: o meia Geovane, 17, e o atacante Ruan Café, 19.
A pressa de ambos os lados é porque, da parte do Vitória, as inscrições no Campeonato Baiano terminam nesta quarta-feira e a diretoria já quer contar com o atacante no Estadual.
Já pelo São Paulo a preocupação é reforçar o time. Para se ter ideia, o técnico Edgardo Bauza relacionou para o confronto com o Trujillanos, na Venezuela, pela Libertadores, apenas três atacantes: Alan Kardec, Kelvin e Rogério. A ideia era ter Kieza, mas o jogador não foi relacionado. Já Calleri cumprirá suspensão automática.
A diretoria do São Paulo está ciente de que Kieza deseja ser negociado e o acordo que o clube tem apalavrado com o Vitória pode ser fechado por Gustavo Vieira de Oliveira, diretor executivo de futebol do clube paulista, nesta terça. Há uma insastifação do atleta com a diretoria tricolor e da diretoria com ele.
Kieza esteve em apenas dois dos 13 jogos do time do Morumbi na temporada. Foi titular na goleada por 4 a 0 sobre o Água Santa, em 6 de fevereiro, pelo Paulista, e entrou aos 24 minutos do segundo tempo na derrota para o Strongest-BOL por 1 a 0, pela Libertadores. Ele considera que não tem sido aproveitado e por isso deseja sair.
Já a diretoria de futebol está incomodada porque não vê o jogador interessado em disputar a vaga entre os titulares. O próprio atleta admitiu aos cartolas o desejo de sair.
VALORES POLÊMICOS
O assunto, no entanto, deve gerar reação no Morumbi. Alguns conselheiros ouvidos pela reportagem informaram que pretendem questionar a diretoria pelos gastos com Kieza.
O atacante foi comprado do Shanghai Shenxin em janeiro por US$ 1 milhão (na época, cerca de R$ 4 milhões) e assinou um contrato por três anos – até 31 de janeiro de 2019.
Os valores investidados na vinda do atacante são vistos como elevados, levando-se em conta que Kieza já tem 29 anos e as chances de gerar lucro ao time pequenas.
Além do valor da compra, o São Paulo teve outros gastos.
Segundo pessoas envolvidas na negociação revelaram para a reportagem, o São Paulo pagou cerca de R$ 500 mil de comissão ao emprésario do jogador, pagou R$ 300 mil de luvas ao atacante e pouco mais US$ 100 mil (na época, cerca de R$ 400 mil) ao representante do clube chinês no Brasil – a comissão aos empresários teria sido parcelada.
Na época, o ESPN.com.br noticiou que, levando-se em conta os três anos de contrato, a operação total teria custo de cerca de R$ 10 milhões ao São Paulo, incluindo o valor de compra, as comissões, as luvas, os salários (com aumentos anuais), direitos de imagem e premiações prometidas ao fechar o acordo.
O valor foi contestado pela assessoria de comunicação do clube, que, naquela ocasião, informou que o São Paulo gastaria metade do valor citado.
DÍVIDA REPASSADA
O acordo entre São Paulo e Vitória inclui o repasse dos gastos do clube tricolor à equipe baiana, como parte da negociação pela venda de Kieza. O pagamento ao Shanghai Shenxin foi parcelado. Isto significa que as próximas parcelas ficariam com o Vitória.
Em janeiro, antes do São Paulo fechar com o clube chinês, o Vitória já havia tentado a contratação de Kieza. Na época, a proposta rubro-negra foi de salários fixos de R$ 180 mil mais R$ 10 mil por jogo. Ao Shanghai Shenxin, a oferta foi de US$ 1 milhão.
O Bahia, que contou com o atacante em 2015, também estava no páreo na tentativa de contratar o jogador. A oferta ao clube chinês foi de US$ 1,1 milhão.