Tales Torraga – Colunista do UOL
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Hernán Crespo sempre dá o que falar na Libertadores. Há exatos 25 anos, ele se despedia da competição como jogador da melhor maneira possível, fazendo os dois gols da decisão e dando a volta olímpica pelo River Plate.
O agora técnico do São Paulo abre a campanha da edição 2021 contra um adversário marcante. Foi exatamente ante os peruanos do Sporting Cristal, rival de amanhã (20), que ele fez o gol mais bonito da carreira.
A jogada mágica ocorreu na partida de volta das oitavas de final daquela Libertadores-1996. Na ida, em Lima, Crespo já salvara o River a quatro minutos do fim, descontando o placar final de 2 a 1 para o Sporting. No segundo jogo, no Monumental, Hernán abriu o placar em rebote do goleiro. E o seu segundo, o dos 3 a 0 para o River, foi inesquecível. Crespo emendou de primeira – e de bicicleta – um cruzamento da direita de Escudero aos 30 do primeiro tempo.
O River venceu aquela partida por 5 a 2, e o técnico Ramón Díaz recebeu uma das maiores vaias da história do Monumental quando tirou Crespo, autor de dois gols, para a entrada do defensor Juan Gómez aos 15 da segunda etapa.
Crespo tanto tem carinho especial por este gol que postou em suas redes uma montagem desta bicicleta e a de Cristiano Ronaldo pelo Real contra a Juventus na Liga dos Campeões de 2018. “Eu via nele coisas iguais às minhas, mas agora ele exagerou na imitação”, publicou Hernán, com emojis de risos.
O vídeo do golaço de Crespo com a narração original argentina é este aqui.
O time de Hernán
Aquele River Plate de 1996 tinha como técnico Ramón Díaz, tradicionalmente ovacionado pela torcida com um cântico que até hoje é ouvido aqui e ali pelas ruas de Buenos Aires: “Oy oy oy oy / Es el equipo de Ramón“. Em português, “É o time de Ramón”. Se algum dia Crespo assumir o comando do River, a adaptação será natural para um “Es el equipo de Hernán“.
Há uma coincidência que pode animar o torcedor do São Paulo na Libertadores 2021. Crespo foi campeão como jogador tendo como técnico exatamente um ex-centroavante. Ramón Díaz foi um dos grandes artilheiros argentinos entre os anos 1970 e 1990, famoso no país como o “10 que jogava com a 9”, tamanha sua técnica.
Há na Argentina uma tradição de técnicos de sucesso que tenham sido centroavantes. César Luis Menotti, campeão da Copa do Mundo de 1978, é o principal exemplo. Carlos Bianchi, recordista de títulos da Libertadores (com quatro), outro. Poucos no Brasil sabem, mas Bianchi é até hoje o maior artilheiro da história do Vélez Sarsfield, jogando pelo Paris Saint-Germain entre 1977 e 1979 com uma média de gols de 0,88 por partida.
Outros dois técnicos campeões na Argentina que brilharam em campo como goleadores foram Alfredo Di Stéfano (mito do Real e campeão como treinador pelo Boca) e Ángel Labruna, maior artilheiro da história do River, seis vezes campeão como técnico na equipe de Núñez.
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