Lateral-esquerdo teve infância difícil e lidou com vírus pouco comum
Por Eduardo Rodrigues — GloboEsporte
Estimated reading time: 4 minutes
Antes de fazer o primeiro gol pelos profissionais com a camisa do São Paulo, Welington enfrentou desafios na vida, como muitos jovens brasileiros que têm o sonho de ser jogador de futebol.
Criado sem pai em São Bernardo do Campo, em São Paulo, o lateral-esquerdo teve uma infância difícil e desde pequeno ajudou a mãe a sustentar os irmãos e manter a casa. Em determinados momentos, se viu sem dinheiro até mesmo para ir aos treinos.
Há cerca de quatro anos, porém, as dificuldades ganharam um capítulo extra devido a uma doença pouco habitual. Welington contraiu uma bactéria chamada “Coxsackie B”, que assustou o jogador e aqueles que conviviam diariamente com ele.
– Com 16 para 17 anos, peguei um vírus, fiquei bastante debilitado, perdi uns quilos, fiquei sem fazer o que mais amo, que é o futebol. Assim que me recuperei, voltei bem e consegui recuperar meu futebol. Graças a Deus, tem dado tudo certo até hoje – afirmou Welington, de 20 anos.
Pessoas que conviveram com o lateral-esquerdo nessa época relatam que ele mal conseguia caminhar pelo CT. Algumas temeram que ele não conseguisse voltar a disputar partidas em alto nível.
Welington contrariou as expectativas pessimistas e deu a volta por cima. Em menos de dois meses, já estava como titular e capitão da equipe sub-20 do Tricolor.
Mas as adversidades não pararam por aí. Meses depois de se curar da “Coxsackie B” , o jogador perdeu o avô, um dos maiores incentivadores da sua carreira e quem o levava para praticamente todos os treinos e jogos do São Paulo na base.
Depois de fazer o primeiro gol pelo São Paulo no duelo contra o Guarani, pelo Campeonato Paulista, na semana passada, Welington dedicou aquele momento ao avô Napoleão.
– A importância do meu avô para mim foi muito grande. Sempre me ensinou, desde pequeno, que as primeiras coisas eram humildade e educação. Para chegar onde estou, ele sempre me acompanhou e acreditou em mim. Sou grato a tudo por ele – contou.
Segundo Welington, esse episódios fizeram com que ele ganhasse mais força para seguir em busca de seus objetivos:
– As dificuldades foram importantes para eu decidir o que realmente queria. Isso me deixou cada vez mais forte. Foi mais uma batalha que conseguimos passar todos juntos. Hoje estou colhendo tudo que foi plantado lá atrás – disse.
E os frutos colhidos atualmente por Welington realmente têm sido produtivos. Desde que subiu aos profissionais com Fernando Diniz, em 2020, o lateral-esquerdo é considerado uma das grandes promessas da base são-paulina.
Recentemente, Muricy Ramalho, coordenador de futebol do São Paulo, falou publicamente que Welington era uma das joias que iriam surpreender nos profissionais. Já Orlando Ribeiro, ex-treinador do sub-20 do Tricolor, disse em uma recente entrevista ao ge que o jovem era o jogador que mais o representava nos profissionais.
Contra o Guarani, Welington deu uma pequena amostra expectativa depositada nele. Crespo poupou os titulares, e o lateral-esquerdo ficou com a vaga de Reinaldo. Além de ser um dos jogadores mais perigosos na chegada ao ataque, o garoto de 20 anos fez o gol de empate em 1 a 1 – o Tricolor venceu por 3 a 2.
– Naquele momento, passou um filme na cabeça, não acreditei que estava acontecendo aquilo comigo. Quando acabou o jogo, mandei mensagem para minha mãe, e ela estava muito feliz, assim como eu – revelou.
Agora estabilizado nos profissionais, Welington briga por uma vaga entre os titulares para ir em busca dos títulos pelo clube que o revelou. Por enquanto, ele tem realizado um dos sonhos da criança que pegava pelo menos três transportes para ir aos treinos: o de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a mãe e os irmãos.
LEIA TAMBÉM:
- Zubeldía valoriza arrancada e mira 2025: “Pode ser o ano do São Paulo na Libertadores”
- Planejamento do São Paulo para 2025 passa por mais minutos a William Gomes; entenda
- Alisson vibra com 1ª partida como titular após lesão: “Conversamos bastante essa semana”
- Lucas elogia poder de reação do São Paulo contra o Galo: “Tomamos dois gols por vacilo”
- Zubeldía nega torcida pelo Botafogo para São Paulo ir à fase de grupos da Libertadores