GloboEsporte
José Edgar de Matos
Equipe apresentou novidades até perder o volante por decisão polêmica da arbitragem.
Espantou-se quem conferiu a escalação do São Paulo com Reinaldo na zaga e Gabriel Sara na lateral esquerda. A ideia surpreendente de Hernán Crespo, porém, acabou limitada aos 41 minutos do primeiro tempo da partida contra a Chapecoense, no Morumbi. A expulsão de Rodrigo Nestor alterou todo um planejamento, prejudicou o time e evitou a primeira vitória no Brasileirão.
O empate por 1 a 1 com a equipe de Chapecó, pela quarta rodada da Série A, foi classificado pelo zagueiro Bruno Alves como “frustrante”. Mais do que o resultado, uma ideia nova de Hernán Crespo ficou pelo caminho por questões além do desempenho.
– A ideia da escalação até a expulsão estava perfeita. A diferença hoje de estratégia e técnica era de dois ou três gols de diferença, mas a expulsão mudou tudo – analisou Crespo, novamente evitando qualquer melindre na hora de analisar a diferença técnica para o adversário.
Toda a ideia da comissão técnica ruiu com a expulsão de Rodrigo Nestor — Foto: Marcos Ribolli
Diante da Chapecoense, Crespo montou o São Paulo com Reinaldo na zaga ao lado de Bruno Alves, a fim de melhorar a saída de bola e escapar de possíveis movimentos de pressão. O camisa 6 se mostrou seguro e foi bem inclusive nas bolas aéreas.
Nas laterais, Igor Vinicius e Gabriel Sara atuaram mais por dentro, a fim de espaçarem o campo para Emiliano Rigoni e João Rojas explorarem as laterais, quase que colados ao limite do campo. Deu certo, e os dois estrangeiros se destacavam no ataque são-paulino, principalmente o argentino.
Veja a coletiva de Crespo, do São Paulo, após o empate com a Chapecoense
Tudo configurava para uma noite de teste aprovado, com o gol anotado por Eder após cruzamento de Rigoni aos 12 minutos e um volume ofensivo importante pelas pontas. Porém, aos 41 minutos, a polêmica decisão da arbitragem sobre Rodrigo Nestor gerou um panorama oposto na partida.
Com um a menos, o São Paulo que sobrava, agressivo e ofensivo, recuou e sofreu para parar a Chapecoense, que chegou a empatar e quase virou o jogo no fim. A expulsão desmontou a ideia e afastou o time de ganhar a primeira na edição de 2021 do Brasileirão.
O que deu certo
Emiliano Rigoni novamente teve destaque com a camisa do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
O São Paulo ganhou muita amplitude com a estratégia montada pela comissão técnica nesta quarta-feira. Com Reinaldo na zaga, ganhou-se qualidade na primeira fase de distribuição de jogo, que ainda contava com Gabriel Sara e Igor Vinicius como laterais construtores, mais fechados.
Esse posicionamento basicamente deu todo o espaço para Rigoni e Rojas atacarem a Chapecoense no mano a mano, na individualidade. O São Paulo não hesitou em atuar pelas pontas e levou muito perigo justamente nas jogadas que passavam pelos dois.
Veja a coletiva de Rigoni, do São Paulo, após o empate com a Chapecoense
Dos pés de Rigoni saiu o cruzamento certeiro para Eder. De Rojas, quase uma assistência para Luciano, que parou em João Paulo aos 25 minutos. Foi um São Paulo com volume e mais repertório ofensivo, após atuações burocráticas nas últimas semanas.
O que deu errado
Rodrigo Nestor reclama após ser expulso em São Paulo x Chapecoense — Foto: Marcos Ribolli
Com um a menos, o São Paulo perdeu naturalmente o volume ofensivo apresentado na primeira etapa. Diante da missão de segurar o resultado, Crespo apostou em Pablo no lugar de Eder para sustentar o jogo na frente, mas não deu certo.
Faltou velocidade e contra-ataque para o São Paulo ameaçar mais a Chapecoense, responder o crescimento do time visitante. Havia opções como Galeano e Bruno Rodrigues, este último que só entrou na partida aos 43 minutos da etapa final.
Voz da Torcida – Caio: “Mais uma vez uma arbitragem péssima, no mínimo atrapalhada”
Pablo, ainda, deixou o gramado marcado por uma grande chance perdida. Caso aproveitasse o chute/passe de Welington e finalizasse com precisão na pequena área, o São Paulo abriria 2 a 0 na partida. O camisa 9 errou, e minutos depois a Chape empatou.
Próximos passos
Reinaldo segue na zaga? Crespo e o São Paulo voltam a trabalhar na sexta — Foto: Marcos Ribolli
O São Paulo corre para contar com dois retornos importantes para o clássico de domingo, às 18h15 (de Brasília), contra o Santos, na Vila Belmiro. Na partida que marca o reencontro com o antigo treinador Fernando Diniz, Luan e Martín Benítez, que inclusive estava no Morumbi, podem ficar novamente à disposição.
Crespo e o time voltam a trabalhar somente na manhã de sexta-feira, a partir das 9h30 (de Brasília), no CCT da Barra Funda. Campeão paulista, o São Paulo soma dois pontos e ocupa a 14ª posição na tabela do Campeonato Brasileiro. Nesta quinta-feira, a delegação tricolor vai a Assunção, no Paraguai, para a vacinação contra a Covid-19 na Conmebol.
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