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Mauro Cezar Pereira
No primeiro tempo, o Palmeiras sequer finalizou no alvo. O São Paulo arrematou duas vezes, mas no duelo da semana passada, no Morumbi, os dois rivais entraram em campo mais preocupados em não perder do que em buscar a vitória. Ao final, 1 a 1 no placar e uma segunda etapa com situações de perigo, gols, mas nada de muito especial. Os times podem mais.
Nada ameniza o decepcionante confronto que abriu o duelo por uma vaga na semifinal da Libertadores. O jogo só não foi pior do que o primeiro da decisão do Campeonato Paulista, no Allianz Parque, palco da peleja da noite desta terça-feira. Difícil esperar uma boa partida, pelo retrospecto e pela prioridade dos técnicos ao não perder em relação ao querer vencer.
A manutenção de Benítez e Gustavo Scarpa nos bancos de reservas na semana passada simbolizou a postura “estratégica” dos dois treinadores. Hernan Crespo e Abel Ferreira, respectivamente argentino e português, foram ao jogo com posturas que os aproximaram dos maiores retranqueiros do futebol brasileiro. Não é isso que se espera deles, obviamente.
Os treinadores não parecem preocupados em mostrar mais, cientes de que o resultado tem peso enorme nesse confronto, turbinado por rivalidade e recente final estadual protagonizada pelas duas equipes. O pior é que para alguns, a partida mais estudada, estratégica, está obrigatoriamente conectada a jogo ruim. Uma das chamadas falsas verdades do futebol praticado no país, como máximas mínimas do estilo “é preciso saber sofrer”.
Sofrerá aquele que perder na noite de clássico no estádio palmeirense, óbvio. E não custa sonhar com “professores” que acordem inspirados. Mais encorajados, dispostos a adaptar a pobre frase acima a algo como “é preciso querer vencer”, como síntese do desejo pelo ataque, pelo gol, pela vitória. Afinal, quem joga bem está mais próximo dela, ao contrário do que dizem os adeptos do não menos pífio “quero jogar mal e vencer”.
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