São Paulo vive dias decisivos para encerrar novela de 5 anos com Calleri

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UOL

Brunno Carvalho

Uma novela que parecia não ter fim agora caminha para um final feliz a um dia do encerramento da janela de transferências internacionais. Depois de cinco anos, Jonathan Calleri pode voltar ao São Paulo e saciar um anseio da torcida que aumentava a cada movimentação sem sucesso que o clube paulista fazia. Não foram poucas as vezes que o São Paulo fez contato com os representantes de Calleri para saber a situação do atacante. Em 2017, o clube chegou a acertar salários com o jogador, mas o viu ser emprestado ao Las Palmas, da Espanha, e adiar o reencontro.

Os empréstimos, inclusive, foram a tônica dessa conturbada relação. Com seus direitos econômicos presos a um grupo de empresários que controla o Deportivo Maldonado, do Uruguai, Calleri foi emprestado a cinco clubes desde que deixou o Morumbi, em 2016: West Ham (ING), Las Palmas (ESP), Alavés (ESP), Espanyol (ESP) e Osasuna (ESP). Em nenhum deles, o atacante argentino conseguiu repetir o sucesso que fez no São Paulo. Calleri esteve por seis meses no Morumbi, mas foi suficiente para conquistar a torcida. Os 16 gols que ele marcou no período ajudaram o São Paulo a chegar à semifinal da Libertadores.

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Desde então, a ideia de seus empresários era de sempre mantê-lo na Europa, na tentativa de encontrar um clube que topasse contratá-lo em definitivo e aliviar pelo menos parte dos US$ 11 milhões desembolsados por eles no início de 2016, quando o atacante deixou o Boca Juniors. A cada empréstimo sem sucesso, o contrato de Calleri com os empresários chegava mais próximo do fim, e o São Paulo viu ali a chance de agir mais uma vez. A gestão de Julio Casares, que assumiu o clube no início do ano, acompanhou constantemente a situação do atacante em busca de um momento oportuno para agir. Isso aconteceu no início de julho, quando o time, finalmente, fez uma proposta oficial por Calleri.

A ideia do São Paulo era começar a pagar pelo jogador apenas a partir do início do ano que vem, em uma operação parecida à que viabilizou a chegada de Emiliano Rigoni. Com uma dívida próxima dos R$ 600 milhões, o clube paulista não tem condições de arcar com pagamentos imediatos. Na conversa de julho, Calleri chegou a aceitar a proposta do São Paulo, mas a pedida de seus empresários inviabilizou a negociação. Agora, a situação é mais favorável ao clube paulista. Com a janela de transferências se encerrando na segunda-feira (30), os representantes de Calleri não conseguiram encontrar um clube na Europa para ele e voltaram a conversar com o São Paulo.

Hoje (29), dia em que enfrenta o Juventude, pelo Brasileirão, o São Paulo espera avançar para um final feliz na procura por um centroavante. A carência na posição é dita abertamente, e um reforço foi um pedido feito por Hernán Crespo no início da temporada. No atual elenco, apenas Pablo se sente confortável jogando na função. O camisa 9, contudo, vive uma relação de amor e ódio com a torcida, principalmente pelo gol perdido contra o Palmeiras, nas quartas de final da Libertadores.

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