Lance – Marcio Porto
Lucas Fernandes sonha em repetir sucesso do xará famoso do PSG e vira
esperança do São Paulo em momento delicado. Garoto tem três jogos e uma assistência
Quando o segundo sol chegar para realinhar as órbitas do planeta São Paulo… O segundo sol, no caso, atende pelo nome de Lucas Fernandes. É um garoto de 18 anos a maior esperança da base tricolor desde seu xará Lucas, atualmente no PSG, da França. Fernandes, também meia, surge numa fase delicada do clube, aquele momento que costuma abrir espaço para os garotos.
Como os tantos Lucas formados pelo São Paulo (só no profissional há três: Perri, Lucão e Fernandes), a bola da vez tem os mesmos sonhos já atingidos pelo xará famoso: ser campeão pelo Tricolor, chegar à Seleção Brasileira, jogar em um grande clube da Europa…
– A gente busca honrar esse nome, porque o Lucas é um ídolo do São Paulo e sempre vai ter isso. Segue sendo referência, pela história, menino que é da base, cresceu no profissional, ganhou títulos e hoje está na Europa – afirmou Lucas Fernandes, em entrevista ao LANCE!.
Alguns dos sonhos, porém, o garoto já alcançou. Após conquistar a Libertadores Sub-20 no início do ano, o telefone tocou com o chamado para se integrar ao grupo profissional. Não demorou, com assombro exemplar, a cair nas graças do técnico Edgardo Bauza. Entrou nos três últimos jogos. Foi bem, com uma assistência, no clássico contra o Santos e recebeu elogios do chefe. Jogou com o ídolo Ganso. Não diga que se surpreendeu, Lucas…
– Foi um pouco rápido, não esperava. Logo depois da Libertadores já recebi a notícia de que tinha sido inscrito na Libertadores principal. Foi rápido, mas foi bom, não deu tempo de a ansiedade tomar conta. Todo mundo estava com a ansiedade de jogar e deu certo – admite.
Mas Lucas, como eternizou Cássia Eller, sabe que ainda é um garotinho. Por isso, tem ouvido atentamente os ensinamentos do técnico argentino. No momento, ele só pede a Deus um pouco de malandragem.
– O Bauza está me dando força. Tenho trabalhado bastante, acho que ele tem gostado disso. Espero continuar agradando. Ele sempre me fala para eu ser agressivo, sempre jogar para frente e esses dias ele me falou que um ponto que tenho de melhorar é usar um pouco a malícia do corpo, porque com a bola no pé ele está gostando. O que falta mesmo é a experiência, malícia que tem de pegar – disse o atleta tricolor.
Criado em São José dos Campos, Lucas não esquece os tempos em que esperava o ônibus da escola sozinho e sonhava em ser jogador. Ele sabe que a caminhada é difícil, afinal está só começando. Mas bobeira é não viver a realidade, não é?
– Sempre soube o que eu queria. Hoje posso realizar mais um sonho, que é jogar no São Paulo.
Confira bate-papo exclusivo com Lucas Fernandes:
Qual balanço faz de seus primeiros jogos pelo profissional?
Contra o Ituano joguei uns dez minutos, por ser estreia foi um pouco difícil: ansiedade, nervosismo. Contra o Botafogo, meus primeiros 45 minutos, para mim foram os mais difíceis. Fiquei ansioso de mostrar meu trabalho, em casa, com a torcida em peso. Contra o Santos já estava com mais confiança., ciente do que tinha de fazer, o que o professor tinha pedido e pude exercer tranquilamente.
Quais seus planos para o futuro?
Primeiramente, quero me firmar como titular do São Paulo, criar uma história aqui no clube. Seria uma injustiça não querer ter uma história aqui. É o que eu quero, ganhar títulos, fazer parte da história e mais para frente pegar convocação para a seleção, que é o sonho de todos, o auge.
Também pensa em jogar na Europa? Algum clube específico?
Sim, mais para frente. Primeiro quero fazer minha história aqui e pensar mais para frente. Meu sonho é jogar no Barcelona. Desde a época do Ronaldinho, que ele fez história, eu criei esse sonho. Vou buscar para quem sabe um dia eu estar lá.
Acha que tem condições de jogar no Barcelona?
Acho que se eu continuar trabalhando firme, tenho condições de um dia chegar lá, sim.
Já pensou que pode vencer duas Libertadores no mesmo ano?
Imagino, não é impossível, vou lutar para isso. Tenho o sonho, realizei na base, quero realizar no profissional. Pode ser esse ano, para fazer história como o primeiro, mas se não der também, vamos buscar mais à frente.
O começo não desanimou?
Não desanimou, vamos dar a volta por cima. Estamos buscando trabalhar para pegar os pontos fracos e que a gente possa chegar nas finais, colocar o São Paulo no alto e dar o título.