Falta quase tudo a um São Paulo que segue sem rumo em 2016; veja análise

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Marcelo Prado-GloboEsporte.com

Uma coisa é fato quando se fala do São Paulo versão 2016: não falta vontade, problema recorrente no elenco do ano passado. Os jogadores lutam, correm atrás, o que deve ser ressaltado. Em compensação, falta todo o resto. No empate em 1 a 1 com o Linense, em São José do Rio Preto, a equipe fez sua 18ª partida oficial na temporada: sem base definida, com o time perdido taticamente e com um treinador que não consegue explorar o melhor de seus jogadores.

No jogo desta quarta-feira, Bauza apostou em um novo trio no meio de campo, formado por Michel Bastos, Paulo Henrique Ganso e Daniel. No início da partida, Ganso estava centralizado, Michel aberto pela direita e Daniel na esquerda, com Calleri atuando como referência à frente. O início foi animador, com o atacante argentino perdendo chance aos 12 minutos, após jogada pela direita.

São Paulo começou no 4-2-3-1, com Michel na direita, Ganso no meio e Daniel na esquerda (Foto: GloboEsporte.com)São Paulo começou no 4-2-3-1, com Michel na direita, Ganso no meio e Daniel na esquerda

Mas foi apenas um lampejo. Logo no minuto seguinte, Thiago Humberto aproveitou falha incrível de marcação são-paulina, avançou livre entre os dois zagueiros e só não marcou porque Denis salvou. Hudson, responsável pela proteção defensiva, não foi visto no lance. O São Paulo só assustaria novamente aos 26. O time criou uma grande jogada pela direita, fato raro ultimamente, e Bruno foi derrubado dentro da área. Pênalti que Michel Bastos bateu e acertou a bola na trave esquerda, para desespero do torcedor são-paulino presente ao estádio Anísio Haddad.

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 Como tem sido característica da equipe, o time sentiu o golpe e diminuiu sensivelmente seu ritmo em campo. Tanto que, até o apito para o intervalo, o goleiro Oliveira, do Linense, não foi mais exigido.

Na volta para o segundo tempo, as mesmas peças estavam em campo, mas percebeu-se um São Paulo mais ativo. O Linense, recuado ao extremo, procurava apenas se defender. Percebendo o crescimento de sua equipe, Patón fez a primeira alteração, sacando Daniel e colocando Kelvin. Michel Bastos saiu da direita e foi para a esquerda, com Kelvin entrando na direita.

Quando todos esperavam pelo gol tricolor, veio a surpresa: o time perdeu terreno em campo. O jogo pelas laterais não fluía, Ganso era muito bem marcado, enquanto Michel Bastos tentava algo pelo lado esquerdo, sem sucesso. Calleri voltava insistentemente para buscar a bola, o que o transformava em presa fácil para a marcação adversária. Foi aí que Patón errou na substituição.

No segundo tempo, Patón colocou Kelvin e Alan Kardec nas vagas de Daniel e Calleri (Foto: GloboEsporte.com)No segundo tempo, Patón colocou Kelvin e Alan Kardec nas vagas de Daniel e Calleri (Foto: GloboEsporte.com)

Ele acertou na entrada de Alan Kardec, mas não na saída de Calleri. Depois, fez ainda pior, tirando Thiago Mendes, um volante muito mais dinâmico do que Hudson, que pouco acrescentava ao time. A torcida não perdoou o erro e começou a vaiar o treinador argentino. O panorama da partida só mudaria aos 39 minutos, com um surpreendente golaço do Linense, que abriu o marcador com um belo chute do capitão Zé Antônio.

 Sem tática, sem organização e com a técnica deixada de lado, o São Paulo partiu para o abafa para chegar ao gol de empate, que acabou acontecendo com Kelvin, aos 47 minutos. No fim, justas vaias para um Tricolor que, a poucos dias da primeira decisão na temporada (o jogo contra o Trujillanos, pela Libertadores, na próxima terça-feira), dá pouquíssimas esperança ao já desconfiado torcedor, há tempos à espera de uma grande atuação.