ESPN.com.br
O comitê de ética do São Paulo recebeu na última terça-feira um requerimento assinado por 14 conselheiros com o pedido para que o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, seja investigado por conta de uma assinatura feita há mais de uma década que rendeu prejuízo de R$ 4,6 milhões ao clube do Morumbi.
O valor corresponde a despesa final de uma dívida do São Paulo com a Prazan Comercial Ltda., que intermediou a ida do lateral direito Jorginho Paulista ao clube tricolor, em maio de 2002. Leco era diretor de futebol e assinou um documento autorizando o pagamento de comissão para a empresa no valor de R$ 732 mil.
A comissão, no entanto, não foi paga. A empresa aguardou até 2006 pelo pagamento. Em 2007, ingressou com uma ação na Justiça para receber a quantia, já com correção monetária, juros, multas e honorários de advogados. O caso foi concluído somente em agosto do passado, com valores atualizados. O São Paulo teve despesas de R$ 4,6 milhões – para isso foram penhorados parte dos valores obtidos na venda do zagueiro Paulo Miranda ao Red Bull Salzburg, da Áustria, e do volante Denilson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes.
Segundo apurou o ESPN.com.br, o requerimento apresentado na reunião do Conselho Deliberativo alega que Leco descumpriu o estatuto do São Paulo, uma vez que o documento só poderia ser assinado pelo presidente – na época Marcelo Portugal Gouvêa.
Os 14 conselheiros querem que a comissão de ética análise o caso e, caso tenha entendimento similar, inicie um processo de investigação. Caso isso ocorra, há quatro possibilidades: a comissão pode absolver Leco, pode dar uma carta de advertência ao presidente, uma suspensão de 90 dias ou determinar a expulsão dele do clube. O parecer da comissão, no entanto, não é definitivo. Assim que ele for concluído, é encaminhado aos conselheiros, que é quem determinam a pena final.
Ao ser informado do requerimento na terça, o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo, o encaminhou à comissão de ética. O órgão ainda não definiu se dará prosseguimento ao caso.
Procurado pela reportagem, o São Paulo informou via assessoria de imprensa que não iria se posicionar sobre o caso.