SPFC supera trauma da Libertadores e sai do Allianz Parque com novo ânimo

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UOL

Brunno Carvalho

A preocupação com o rebaixamento ainda existe, mas o cenário para o São Paulo está mais favorável do que quando a semana começou. A goleada sofrida para o Flamengo estremeceu o Morumbi e transformou o jogo contra o Palmeiras em um tudo ou nada para um time que nunca caiu de divisão no Brasileirão. Quis o destino que o duelo fosse contra o mesmo rival que empurrou o Tricolor para uma crise da qual tem sido difícil sair.

A eliminação nas quartas de final da Libertadores com um 3 a 0 dominante no Allianz Parque começou a ruir o que Hernán Crespo chamava de “temporada quase perfeita”. O foco era total nas copas com uma postura de administrar uma posição confortável no Brasileirão.

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Mas as copas foram embora como num derrubar de dominó. Depois daquela derrota dolorida para o Palmeiras, o São Paulo não conseguiu mais evoluir. Diante do Fortaleza, foi completamente dominado no Castelão e eliminado nas quartas de final da Copa do Brasil. Sobrava o Brasileirão. O que era algo para se controlar ganhou uma importância muito maior. A única maneira de voltar à Libertadores era via campeonato nacional.

A sequência de cinco empates consecutivos não apenas resultou na queda de Crespo e na chegada de Rogério Ceni como deixou o São Paulo dividido entre olhar para baixo e para cima ao mesmo tempo. O sonho de uma vaga na Libertadores continuava, mas o medo do rebaixamento era cada vez maior. E ele entrou de vez na pauta quando o Flamengo foi ao Morumbi e fez 4 a 0 com extrema facilidade. A dois pontos da zona de rebaixamento, ganhar do Palmeiras fora de casa se transformou em obrigação para o time com um ataque até então pior do que a já rebaixada Chapecoense.

E a história volta para o Allianz Parque. Era o São Paulo enfrentando um rival que Rogério Ceni ainda nunca havia vencido como visitante —seja como treinar ou jogador. E foi lá mesmo que o time conseguiu um resultado importante que pode servir como ponto de partida de uma reação —com uma contribuição do técnico Abel Ferreira, é verdade, que decidiu escalar um time reserva no clássico, irritando palmeirenses.

Os comandados de Rogério Ceni não se importaram se o rival estava ou não com a cabeça na final da Libertadores. O São Paulo foi dominante durante quase toda partida. Com um meio de campo praticamente todo “made in Cotia”, como gostam de dizer os são-paulinos, a equipe impôs uma intensidade que o Palmeiras não conseguiu igualar. Em uma noite inspirada de Gabriel Sara e de alívio para Luciano, que encerrou um jejum de 11 jogos sem marcar, o São Paulo deixou o Allianz Parque com uma vitória por 2 a 0 e um pouco mais distante da zona de rebaixamento. E podia ter sido mais, convenhamos, não fossem as tantas chances desperdiçadas durante os 90 minutos.

Voltando ao ponto inicial, é bom lembrar: o medo ainda existe. O São Paulo está na 14ª colocação com 41 pontos, cinco a mais do que o Bahia, que tem dois jogos a menos que a equipe paulista. Mas o caminho próximo é favorável: serão agora dois jogos em casa, o primeiro diante do Athletico, quatro dias depois da final da Copa Sul-Americana, e o segundo contra um desesperado Sport, que somou apenas 30 pontos.

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