GazetaEsportiva.net
O técnico Edgardo Bauza não mudou muito o tom sereno após a goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos, mas arrancou alguns risos dos jornalistas presentes ao ser questionado sobre a elasticidade do placar. Tratado sempre como um treinador que prefere primeiro armar uma defesa para depois trabalhar o ataque, Patón foi bastante sincero ao afirmar que não lembrava de ver um time seu vencer o adversário dessa forma.
“Creio que nunca (risos). 6 a 0? 5 a 0, sim, mas 6…”, comentou o argentino, aparentemente buscando na memória as grandes diferenças impostas a um rival, mas sem sucesso. “É um resultado atípico até para a Copa Libertadores. Oxalá que esse resultado nos sirva para classificar, não só para melhorar o clima”, afirmou, já projetando o futuro da equipe na competição deste ano.
Uma breve pesquisa sobre o histórico do comandante já indica que sua memória não o traiu, apesar de alguns resultados terem chegado bem perto do alcançado nesta noite. Pela LDU, em 2008, ele fez 6 a 1 sobre o Arsenal, dentro de casa, na campanha que resultaria no título dos equatorianos. Curiosamente, sua outra goleada foi em 2014, no San Lorenzo, pela semifinal daquele ano, quando disparou 5 a 0 sobre o Bolívar, dois jogos antes de levantar a taça do torneio.
Mesmo contente com tudo que aconteceu na noite desta terça, no Morumbi, Bauza foi sincero ao avaliar que os próximos compromissos do Tricolor serão muito mais complicados do que o frágil Trujillanos. Para ele, até mesmo o São Bento, oponente do final de semana, pela última rodada da fase de classificação do Campeonato Paulista, será uma formação mais difícil de derrotar.
“Não dá para se enganar com o 6 a 0. Vamos encontrar equipes que têm mais solidez do que a de hoje [terça]. Conseguimos os seis gols, buscamos, a pressão foi importante para provocar erros, mas não dá para se entusiasmar com isso. Domingo vamos ter um jogo difícil e já não vamos encontrar essas facilidades. É bom o resultado pelo ânimo da equipe. Espero que, no futuro, seja também para a classificação”, explicou.
Pensativo, ele não demorou muito a determinar o que foi necessário para superar a tentativa de retranca feita pelos venezuelanos, superada logo aos 13 minutos de bola rolando. Na sua avaliação, a orientação de pressionar a saída de bola do adversário abriu caminho para o triunfo.
“É difícil colocar porcentagem nisso, mas creio que jogamos com a ideia de pôr muita intensidade, muita pressão, o mais alto possível, e isso provocou dois gols rapidamente. Quase não demos a possibilidade ao rival de se acomodar no jogo. Tratamos de manter a pressão e fomos bastante superiores ao rival. Eles trataram de jogar juntos, pressionar mais acima, mas a boa circulação de bola fez com que achássemos os espaços”, concluiu Bauza.