No São Paulo de Bauza, os volantes surgem na área, chutam e fazem gols

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globoesporte.com

Alexandre Lozetti e Yan Resende

Hudson no sábado, João Schmidt na terça-feira, Thiago Mendes com arrancadas… Participação de marcadores na frente ajuda ataque do São Paulo a tentar deslanchar

Ganso João Schmidt São Paulo Trujillanos Libertadores (Foto: Marcos Ribolli)

Autor de um dos gols, João Schmidt foi cumprimentado por Ganso na goleada de terça (Foto: Marcos Ribolli)

É verdade que o São Paulo de Edgardo Bauza oscila, apresenta problemas táticos e técnicos, e, apesar da vitória por 6 a 0 sobre o fragil Trujillanos, da Venezuela, ainda não se mostrou um time confiável. Mas é preciso destacar uma mudança importante. Sob o comando do argentino, os volantes do time não se limitam a marcar e a trocar passes de lado. Eles jogam, participam da criação ofensiva, entram na área, e agora começaram a fazer gols.

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As atuações de Hudson, João Schmidt e Thiago Mendes consolidam uma mudança que teve início, na verdade, no ano passado. Souza fez gols consecutivos com o técnico colombiano Juan Carlos Osorio, mas sua venda para o Fenerbahçe, da Turquia, freou a mudança. Até então, os volantes tricolores eram meras figuras defensivas, que pouco se integravam ao quarteto quase sempre estelar do ataque – teve recentemente Ganso, Luis Fabiano, Pato, Kaká, Alan Kardec, Michel Bastos, entre outros.

No fim do ano passado, Milton Cruz – demitido do clube há duas semanas – treinou o time interinamente, e Thiago Mendes cresceu ofensivamente. Gols e boas jogadas de transição fizeram dele o melhor jogador do clube na reta final da temporada.

Thiago começou 2016 num ritmo parecido, fez o primeiro gol do ano, no amistoso contra o Cerro Porteño, mas caiu de produção. Essa queda não tirou o padrão do São Paulo de Bauza: sejam quem forem os volantes, eles surgem com frequência na área adversária para finalizar.

Contra o Trujillanos, João Schmidt ganhou a vaga de Thiago Mendes e fez seu primeiro gol como profissional, após bela triangulação pela esquerda. Em lance de construção bem semelhante, Hudson quase marcou um golaço de voleio, também de dentro da área. No último sábado, ele fez o gol de empate contra o Oeste no Morumbi – o Tricolor venceu por 2 a 1, de virada.

– Podemos sempre chegar como elemento surpresa. O Bauza vem pedindo, então estamos treinando bastante isso – explicou o jovem volante João Schmidt.

O próprio Thiago Mendes entrou no segundo tempo e teve duas chances de fazer o gol, em arrancadas que estavam raras no repertório do jogador. Não se sabe qual será a dupla titular do Patón  nos próximos jogos, mas a tendência é que Schmidt seja mantido.

– O João já vinha fazendo boas partidas, tem grande volume de jogo, domínio de bola, boa definição, altura. É que, em geral, jogamos com Hudson e Thiago Mendes, mas ele estava esperando uma oportunidade e fez boa partida. É um jogador muito versátil e útil – elogiou o técnico.

– É uma disputa sadia que o time precisa ter. Todos os volantes do elenco do São Paulo têm condições de jogar. É preciso ter uma sequência para ganhar confiança, eu tive essas oportunidades, acho que fiz boas partidas – acrescentou João Schmidt.

Em 2016, os volantes do São Paulo só não finalizam mais do que os três principais jogadores ofensivos do time: Calleri, Paulo Henrique Ganso e Michel Bastos. A maioria dos chutes vinha sendo errado, mas nos últimos dois jogos a bola entrou. Essencial para que o ataque tricolor, finalmente, deslanche na temporada.