GloboEsporte
José Edgar de Matos
Clima era hostil e a pressão encaminharia para algo insustentável, mas vieram as mexidas finais…
Pressionado e questionado, Rogério Ceni deixa o Morumbi com uma pontinha de orgulho, no mínimo. Afinal, as duas últimas cartadas do treinador diante do Santo André tiraram o São Paulo do sufoco e evitaram uma noite desastrosa nesta quarta-feira, que traria um clima próximo do insustentável, para o atual trabalho da comissão técnica.
Eder e Marquinhos entraram por volta dos 40 minutos do segundo tempo e deram a vitória por 1 a 0 ao Tricolor com uma combinação certeira aos 45. O primeiro recebeu de Nikão, outro a entrar na segunda etapa, e cruzou rasteiro para a área. O jovem criado em Cotia chegou chutando de esquerda e assegurou três pontos.
O lance quase catártico, que modificou totalmente o ambiente do Morumbi, traz o resultado responsável por aliviar uma noite que encaminhava para contornos desastrosos. O Santo André que entrou em campo nesta quarta era majoritariamente reserva, e o São Paulo enfrentou dificuldades ofensivas novamente.
Marquinhos comemora gol do São Paulo contra o Santo André — Foto: Marcos Ribolli
Contra uma equipe fechada, o Tricolor abusou dos cruzamentos para a área, e levou a melhor em muitos deles, especialmente quando saídos do lado direito com Rafinha e Alisson. Quando precisou trocar passes por baixo, contudo, o time foi impreciso e isso irritou o público.
O São Paulo saiu vaiado no intervalo. Igor Gomes também recebeu protestos dos torcedores quando deixou o jogo. O clima de apoio do início, inclusive de um setor do estádio que não havia expressado incentivo a Rogério Ceni, começava a se perder.
Tudo se destinava a uma noite desastrosa, mas vieram as últimas ideias de Rogério Ceni. Marquinhos, que aparece como opção para ser o ponta esperado por Ceni, decidiu. E Eder, que busca mais espaço após um 2021 difícil, apareceu.
Ambos tiveram poucos minutos em campo, mas foram fundamentais para dar mais tempo ao trabalho de Rogério Ceni, que agora, enfim, pode respirar depois de conquistar a primeira vitória na temporada 2022.
O sentimento a ser guiado deve ser de alívio, e não de satisfação plena diante do contexto de 90 minutos de futebol.
O que deu certo
Rogério Ceni fez duas apostas certeiras no fim do jogo — Foto: Marcos Ribolli
Alisson atuou aberto pela direita durante a maior parte do jogo desta quarta-feira e fez parceria promissora com Rafinha. Dos pés dos dois, com colaboração de Igor Gomes no primeiro tempo, o São Paulo criou boas jogadas pelo setor, com cruzamentos pelo alto.
Outro ponto positivo veio no fim do jogo. Eder é um atacante com capacidade de jogo maior do que Calleri, principalmente para sair da posição de referência e abrir espaços.
Foi assim no lance do gol: movimentação pela direita e cruzamento, que passou pelo argentino, antes de encontrar Marquinhos na trave oposta. Tal característica pode abrir o jogo diante de defesas fechadas, como a de quarta-feira.
O que deu errado
Rigoni viveu uma noite imprecisa, embora tenha crescido no segundo tempo — Foto: Marcos Ribolli
Havia uma equipe muito fechada do outro lado, mas o São Paulo insistiu novamente em muitos cruzamentos. A equipe é disparada a que mais levantou bolas para as áreas adversárias no Paulistão, com 146 em apenas quatro partidas.
Ainda neste campo ofensivo, novamente o São Paulo se mostrou mais efetivo pelo lado direito. Nesta quarta, Ceni usou Léo na lateral esquerda, deixando Reinaldo e Welington no banco de reservas durante toda a partida contra o Santo André.
Próximos passos
Marquinhos comemora gol do São Paulo contra o Santo André — Foto: Marcos Ribolli
Depois de quase uma semana de trabalho antes do jogo contra o Santo André, Rogério Ceni terá pouco tempo antes do próximo compromisso. O São Paulo volta a campo no domingo, às 18h30 (de Brasília), para encarar a Ponte Preta, em Campinas.
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