Cadê aquele Rigoni? Atacante perde espaço no São Paulo de Ceni e tem chance de virada em clássico

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GloboEsporte

Eduardo Rodrigues

Ausências de Nikão e Alisson abrem oportunidade para argentino; seca de gols dura 18 jogos.

Gols, assistências, participações decisivas. Tudo isso tem sido cada vez mais distante da realidade de Emiliano Rigoni com a camisa do São Paulo. Se em 2021 ele foi sinônimo de bom futebol, 2022 começa de uma forma bem diferente.

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Em sete jogos nesta temporada, o atacante ainda não marcou gols e deu uma única assistência, na derrota por 4 a 3 para o Red Bull Bragantino, pelo Campeonato Paulista. Somado com o ano passado, já são 18 partidas em branco. O último gol foi no dia 3 de outubro, pelo Brasileirão.

Neste sábado, às 16h (de Brasília), Rigoni tem a chance de iniciar uma reviravolta no clássico diante do Corinthians, no Morumbi. Com as ausências de Nikão e Alisson, o argentino desponta como o favorito para ser titular. O retrospecto recente, porém, não tem sido animador.

Contratado no final de maio de 2021, Rigoni teve um início surpreendente e animador pelo Tricolor. Em seus 20 primeiros jogos pelo clube foram nove gols marcados – quase um gol a cada duas partidas. Todos sob o comando de Hernán Crespo.

Rigoni em jogo do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Rigoni em jogo do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Mas, coincidentemente, desde a chegada de Rogério Ceni como treinador o desempenho do argentino despencou. Ele ainda não conseguiu marcar um gol sequer nos 22 jogos de Ceni à frente do time.

Na segunda rodada do Paulistão, quando o São Paulo empatou em 0 a 0 com o Ituano, no Morumbi, Rigoni talvez tenha feito o seu pior jogo pelo Tricolor. O atacante passou o primeiro tempo inteiro com pouquíssimos toques na bola e virou assunto entre os torcedores pelo desempenho ruim.

Após o confronto, Rogério Ceni admitiu que a comissão técnica ainda tinha dificuldades para achar uma posição que favorecesse o jogador. Com Crespo, Rigoni jogava mais solto, flutuando entre as linhas de marcação. Com as chegadas de Nikão e Alisson e a mudança de sistema, ele perdeu a mobilidade.

– Nós estamos tentando, é um jogador tecnicamente diferenciado, estamos tentando encontrar um lugar onde ele se sinta à vontade. Ele jogou mais aberto contra o Guarani, hoje mais por dentro. Queremos encontrar uma posição em que ele renda como rendeu no Brasileiro, onde ele fez gols, deu assistências – disse Ceni na ocasião.

Rogério Ceni e Rigoni em São Paulo x Juventude — Foto: Marcos Ribolli

Rogério Ceni e Rigoni em São Paulo x Juventude — Foto: Marcos Ribolli

Para o comentarista da Globo, Paulo Vinicius Coelho, o PVC, não é surpreendente Rigoni não estar decidindo jogos para o São Paulo, porque em sua carreira toda nunca foi hábito do jogador ser o “cara” da equipe. No entanto, acredita na recuperação do atleta.

– Eu acho que o Rigoni está do tamanho do Rigoni. Ele não é um jogador de decidir jogos seguidas vezes, ele é um jogador de passes decisivos como fez contra o Bragantino para o Calleri marcar, é um jogador tático que pode atuar nos dois lados do campo. Não é um ponta de lança decisivo que faz gol todo jogo, nunca foi assim. Também não precisa passar 18 jogos sem marcar – afirmou.

– A outra coisa é que o São Paulo precisa estruturar essa equipe, definir essa equipe titular. A gente sabe que o Rogério tem um titular que é o Sara e o outro o Nestor, que são jogadores que mais entraram como titulares neste ano. Quando o time crescer, o Rigoni vai crescer junto – acrescentou.

Jogador bom de grupo

Mesmo em baixa e com um longo período de seca, Rigoni não se abate ou deixa isso afetar sua relação com a comissão técnica e jogadores. Pelo menos é o que dizem pessoas que acompanham o dia a dia do Tricolor e pessoas próximas ao jogador.

No CT da Barra Funda, Rigoni é visto como um dos jogadores mais carismáticos e que raramente reclama de algo. A vitória de virada contra a Ponte Preta, pela sexta rodada do Paulistão, é tida como um exemplo dentro do clube.

Naquele jogo, o argentino fez mais um primeiro tempo ruim, foi substituído logo no começo do segundo tempo e viu, do banco de reservas, o São Paulo virar o placar de uma forma surpreendente.

O jogador poderia ficar frustrado por não ter participado ativamente da vitória, mas o que se viu foi um Rigoni eufórico, como se ele tivesse feito o gol que garantiu os três pontos.

– Isso é muito grande, tem que respeitar – disse o argentino apontando para o símbolo do São Paulo em um vídeo publicado pelo canal oficial do clube.

Rigoni comemora vitória pelo São Paulo — Foto: Reprodução

Rigoni comemora vitória pelo São Paulo — Foto: Reprodução

Por conta do estilo mais “boa praça” e a dedicação no dia a dia, o São Paulo deposita muita confiança de que Rigoni dará uma reviravolta nesta temporada para voltar a ser um jogador mais participativo, assim como já mostrou que pode ser.

O Majestoso, com um Morumbi que deve ter toda a sua carga de ingressos vendida, é uma ótima oportunidade para Rigoni atual mostrar que “aquele” Rigoni ainda é capaz de ressurgir.

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